23/06/2010 10:44
Entidades que compõem o comitê gestor do projeto de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para a cadeia produtiva do arroz de terras altas, em Mato Grosso, se reúnem para os ajustes institucionais e técnicos para tornar eficiente a execução do projeto. O objetivo é recomendar variedades que atendam as normas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), que exigem a produção de grãos adequados e de qualidade. Estão implantando experimentos para selecionar genótipos para a agricultura familiar nos municípios de Sinop, Paranatinga e Cáceres para criar alternativas específicas para o pequeno produtor, com material genético resistente à praga, doença e baixa fertilidade do solo. Novos materiais estarão à disposição em 2011.
A pesquisadora da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e coordenadora do projeto com mestrado e doutorado em fertilidade do solo, Maria Luiza Perez Villar fala que a intenção é diminuir a ociosidade das instalações das indústrias arrozeiras, melhorar a qualidade dos grãos produzidos e a produtividade da cultura com menor custo de produção, tornando a rizicultura do Estado mais competitiva, por meio de aprimoramento dos sistemas de produção com uso de inovações e capacitação dos produtores. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) no valor de R$ 300 mil, com duração de três anos.
Pesquisadores da Empaer já lançaram algumas variedades de arroz de terras altas que podem ser utilizadas, tais como: Primavera, Cambara, Sertaneja, Pepita e Monarca. Essas variedades serão direcionadas para os produtores de arroz. A Doutora Maria Luiza ressalta que a novidade para produção deste ano é a bactéria Azospirillum, que fixa nitrogênio do ar e doa para a cultura do arroz evitando o uso de adubo nitrogenado e a contaminação do meio ambiente por nitrato que polui as águas dos rios. O trabalho que será executado em Mato Grosso foi apresentado pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Carlos Magri, em outro país, na França.
Conforme Villar, esse trabalho conta com a parceria da Embrapa Arroz e Feijão, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade Estadual de Goiás, Agronorte (melhoramento de arroz de Sinop), Sindicato das Indústrias de Arroz do Sul do Estado (Siar-Sul), Sebrae e prefeitura municipal de Paranatinga. “Nosso trabalho é garantir que o arroz seja oferecido ao consumidor com características do produto exigido pelo MAPA, longo, fino com tamanho de grãos específico”, esclarece a coordenadora.
O Estado produz 800 mil toneladas de arroz de terras altas por ano e a expectativa do vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Mauro Cabral de Moraes é que a produção atinja 1 milhão de toneladas, competindo com o arroz irrigado, com sustentabilidade e preservando o meio ambiente. Ele explica que o plantio de arroz na maioria das vezes era no primeiro ano de abertura das áreas para plantio. Em 2005, a produção chegou a 2 milhões de toneladas, com produtos de má qualidade, sem formação de grãos, manchados ou seja, fora do padrão. “Com o trabalho realizado pelas instituições hoje temos variedades para rotação de pastagens e o arroz é cultivado em área agricultável”, conclui Mauro.