21/07/2010 09:55
Uma garota de dez anos morreu por causa da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como suína, em Foz do Iguaçu, no Paraná, mesmo depois de ter tomado a vacina contra a doença. A menina tinha asma (doença crônica que aumenta o risco de morte pela doença) e morreu no último domingo (18).
Flavia Trench, médica infectologista do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde a menina ficou internada por 14 dias, diz que a paciente passou por uma “sucessão de azares”, em um caso classificado como exceção. Flavia diz que o corpo da menina não reagiu à vacina, criando anticorpos (moléculas responsáveis por combater infecções) suficientes contra a doença.
– Quando você faz uma vacina, você dá um produto para que a pessoa desenvolva uma defesa contra aquela doença. Mas você precisa da atuação do organismo daquela pessoa. Não existe uma vacina que dê proteção em 100% dos casos. Nós temos vacinas que têm uns 90% chances de funcionar, mas que apresentam uma margem de falha. E não é uma falha do produto, é do próprio paciente: mesmo fazendo tudo direitinho, ainda pode acontecer de o organismo daquela pessoa não responder.
A médica diz que o quadro da menina, a primeira vítima da gripe suína neste ano na cidade, foi agravado por uma grave crise de asma, o que dificultou o tratamento. Ela foi levada ao hospital um dia após começar a sentir os sintomas e começou a tomar o remédio Tamiflu, indicado para a doença, 48 horas depois.
O superintendente de Vigilância em Saúde do órgão estadual, José Lucio dos Santos, ressalta a importância da vacina, que, segundo ele, é eficaz em 95% dos casos.
– A produção de anticorpos é diferente em cada pessoa, mas em 95% dos casos ocorre até 21 dias após a imunização.
O Estado foi o que mais vacinou contra o vírus. Aproximadamente 6 milhões de pessoas foram imunizadas. O superintendente alerta que, mesmo com 60% da população vacinada, o vírus continua circulando e os cuidados devem ser mantidos.
Ele recomenda que se evite contato com pessoas doentes. Se surgirem sintomas como febre alta, tosse, dores de garganta e musculares, é importante procurar um médico ou posto de saúde e evitar tomar remédios por conta própria.
Boletim epidemiológico divulgado pelo Estado na segunda-feira (19) confirma 1.655 casos da doença neste ano. Foram registradas 15 mortes devido a complicações.