Chica ‘doa’ quase o dobro dos seus bens

15/08/2010 08:11

Candidata à reeleição, Chica apresentou dados, no mínimo, contraditórios, à Justiça Eleitoral. Na parcial de gastos desta eleição, a deputada também pôde contar com a ajuda de pessoas físicas que, até o momento, doaram R$ 2.270,00, totalizando R$ 78.940,00 de receita para campanha eleitoral.

Entre as despesas declaradas, a democrata gastou R$ 45 mil com combustíveis e lubrificantes, materiais impressos, produção de jingle e locação de veículos.

Segundo dados comparativos levantados junto ao TSE, a deputada estadual obteve uma queda drástica de 88,1% em seu patrimônio, ficando R$ 291.956 mais pobre entre o pleito de 2006 e o de 2010.

Na eleição passada, a parlamentar declarou ter R$ 331.356,72 em bens. Além dos valores declarados agora, Chica tinha uma poupança de R$ 51.330, dinheiro em conta corrente correspondente a R$ 650, dinheiro em caixa equivalente a R$ 100 mil, o valor de R$ 1.236,00 na Caixa Econômica Federal, e ainda o valor de R$ 138.740,28 referentes a um apartamento situado no bairro Goiabeiras, em Cuiabá.

Nesta eleição, Chica Nunes manteve apenas quatro itens dos que foram declarados em 2006: uma casa no valor de R$ 8.600, uma área de 10 hectares no Distrito da Guia com valor estimado em R$ 6.800, um terreno avaliado em R$ 18.000 e um automóvel Fiat Uno Mille, ano 1995, com valor de R$ 6.000.

Ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, a deputada é acusada de ter causado rombo de aproximadamente R$ 6,4 milhões aos cofres públicos da Casa de Leis, entre os anos de 2005 e 2006. Em setembro do ano passado, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público Estadual contra ela.

Em sua gestão, foram detectadas fraudes em notas fiscais da Câmara Municipal, que teriam gerado o desvio milionário. Segundo investigações da Delegacia Fazendária, caberia a Chica se reunir com seu marido, o atual prefeito de Barão de Melgaço, Marcelo Ribeiro (PP), com seus irmãos, secretários da Câmara, além de empresários, “para decidir o funcionamento da simulação da licitação”.

Mesmo com um currículo marcado por escândalos e denúncias de corrupção, a parlamentar que chegou a ser cassada por denúncias de compra de votos, não foi enquadrada na Lei da Ficha Limpa e teve a candidatura aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ela se manteve no cargo por força de uma liminar do TSE.

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