PF ainda investiga suposta propina de Mauro a PRTB

26/08/2010 13:39

A Polícia Federal (PF) ainda não concluiu o inquérito que investiga a suposta compra de apoio de lideranças do PRTB, pelo valor de R$ 400 mil, por Mauro Mendes, em 2008, quando disputou a eleição para prefeito de Cuiabá.

A denúncia teve origem em uma gravação de vídeo, feita através de uma “caneta espiã”, por um dos membros do PRTB, e publicada pela Revista Época, da Rede Globo.

A Polícia Federal não quis fornecer à reportagem nenhuma informação atualizada sobre o assunto, nem o prazo para a conclusão do inquérito nem o nome do delegado responsável. Formalmente, o inquérito deverá ser concluído e enviado ao Ministério Público Eleitoral (MPE), que decidirá se oferece ou não denúncia ao Judiciário.

Nas imagens, segundo a Revista Época, o deputado federal Homero Pereira (PR) e o empresário Mauro Carvalho primeiramente são pressionados a fechar a negociação por R$ 500 mil. Mauro Carvalho, na ocasião, era um dos caixas de campanha de Mendes, função que também exerce atualmente nesta campanha.

Segundo a revista, após uma hora de barganha, o compromisso é fechado por R$ 400 mil. No vídeo, Mauro Carvalho se despede dos presentes e, questionado se iria bater o martelo, reponde: “Já bati”.

O deputado Homero eleva a proposta para R$ 420 mil, dizendo que pagará a diferença “do próprio bolso”.

“Tem polícia aí, cara?”

Após a saída de Mauro Carvalho e Homero Pereira, os membros do PRTB comentam sobre o dinheiro recebido: “Nem conferi porra nenhuma”, diz um deles, com um envelope nas mãos. Em seguida, o clima fica tenso, quando os membros percebem a presença de carros fora do local onde se deu a negociação. “Tem polícia aí, cara?”, pergunta um deles. Um dos carros era mesmo da polícia e três membros do PRTB foram presos.

Os candidatos derrotados a vereador Paulo Moura e Marcionei Curvo (atualmente, ele é candidato a deputado estadual), juntamente com Fernando Capilé, foram flagrados pela Polícia Civil saindo da reuião num jipe Pajero, em 13 de outubro de 2008, com vários envelopes com dinheiro e material de propaganda da campanha de Mauro Mendes. Logo depois, foram encaminhados à Polícia Federal, onde prestaram depoimento.

O Diretório Estadual do PRTB expulsou, em março deste ano, 11 filiados acusados de “vender apoio” ao empresário Mauro Mendes. Essa decisão foi derrubada na Justiça.

Outro lado

Com discurso pautado em ética e moralidade, assim como na necessidade de se assumir uma nova postura na política, o candidato ao governo Mauro Mendes (PSB) atribuiu o vídeo a uma “edição” montada pelo PSDB.

“Se vir à tona a verdade, não tem problema nenhum. O problema é que se eu pegar uma entrevista, pegar tudo que vamos falar aqui e ficar cortando pedaçinhos dela, pode sair uma fala totalmente distorcida da verdade”, disse.

Ele acusou o PSDB de fazer a montagem. “Existe na PF um inquérito, que já está comprovado isso, que houve uma edição em uma filmagem longa de uma conversa e foi feita uma edição pelo comitê da maldade do PSDB, que é muito conhecido aqui na Capital”.

A assessoria de imprensa do deputado federal Homero Pereira afirmou que ele não irá comentar o assunto.

O coordenador financeiro da campanha de Mendes, empresário Mauro Carvalho, não foi localizado em seus telefones celulares para falar sobre o assunto.

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