RJ e SP entram em alerta por causa de tempo seco; Cuiabá tem estado de emergêrcia

27/08/2010 08:21

A massa de ar seco estacionada na região central do país colocou a cidade de Cuiabá (MT) em estado de emergência. Por volta das 15h, a temperatura chegava a 40ºC e a umidade relativa do ar caiu para 11%. O índice é igual a do deserto do Saara (10% a 15%), no continente africano. Nesta quarta-feira (25), a umidade de 14% já havia colocado a capital em estado de alerta.

Em São Paulo, o nível de umidade chegou a 14% no horário. Já no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte (MG) e em Campo Grande (MS), o índice era de 15%. As quatro capitais estão em situação de alerta.

Os índices de umidade inferiores a 30% caracterizam estado de atenção; entre 20% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, estado de alerta máximo. Os parâmetros são da OMS e OMM (Organização Mundial de Meteorologia) e são adotados pelo Inmet.

De acordo com os meteorologistas do instituto, a falta de chuvas é causada pela massa de ar seco que se estabeleceu na região central do Brasil, principalmente a partir da segunda quinzena de julho, e veio ganhando força. A previsão é de que uma frente fria chegue até a costa da região Sul do país, principalmente no litoral de Santa Catarina e do Paraná. Mas a massa de ar frio deve se dissipar para o oceano Atlântico antes de chegar até as áreas mais afetadas pelo tempo seco.

O clima aumenta as chances de desidratação, transmissão de doenças respiratórias, ocorrências de dores de cabeça e irritação em olhos, garganta, pele e nariz. A OMS também orienta à população evitar aglomerações em lugares fechados e a prática de exercícios físicos no estado de alerta (umidade entre 12% e 20%).

Dia mais quente
A cidade de São Paulo registrou, na manhã desta quinta-feira (26), a temperatura mais alta desde março deste ano. A máxima registrada na estação oficial do Mirante de Santana, na zona norte, foi de 31,7ºC, segundo informações do Climatempo. Às 10h, alguns bairros da capital paulista já registravam 28ºC. Com o calor intenso e o ar parado, a umidade do ar fica baixa: os níveis voltaram a registrar valores críticos e, às 12h25, estava em 20%. A situação fez a Defesa Civil colocar a cidade em alerta pela primeira vez na semana antes do início da tarde.

A capital paulista também teve o dia com o ar mais poluído do ano na quarta-feira (25). Segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), cinco das 17 estações de medição de qualidade do ar na região metropolitana registraram a classificação ruim, enquanto outras sete foram classificadas como inadequadas. Nenhuma conseguiu índice bom.

As piores áreas na cidade de São Paulo foram a USP (Universidade de São Paulo) e o parque do Ibirapuera, onde os níveis do ar chegaram a 203 – o aceitável é até 101.