Setor em expansão em MT

28/08/2010 12:05

A aqüicultura, produção de peixes em lagos e barragens, passará a ser desenvolvida também em Mato Grosso, onde o potencial para a produção de pescado é alto mas não está sendo devidamente explorado.

Para dar início ao projeto, estará hoje em Mato Grosso o ministro da Pesca, Altemir Gregolin, que participa de importante ato em Chapada dos Guimarães (65 Km ao Norte de Cuiabá). No município, será feito o lançamento e início dos estudos para a demarcação do Parque Aquícola do Lago do Manso. O ato começa às 11 horas, na Escola Municipal da Comunidade de João do Carro, zona rural do município da Chapada dos Guimarães.

Os estudos sobre o lago do Manso vão verificar potenciais e características da área, bem como a forma e dimensão da ocupação do lago para produção de pescado em tanques-rede. A estimativa inicial, que poderá ser confirmada no estudo, é de que no local possam ser produzidas 7 mil toneladas de pescado por ano.

Além da estimativa de produção, o estudo vai identificar e demarcar o parque aquícola para posterior licitação nas modalidades social (não onerosa) e empresarial (onerosa). Após o estudo, serão implantados programas de desenvolvimento, desde gestão, logística, monitoramento e assistência técnica.

De acordo com os estudos, a aqüicultura é o setor por onde passará a maior expansão da produção de pescado em Mato Grosso e em todo o Brasil. No Estado, segundo estatística recente, a produção aquícola passou de 17,877 mil toneladas em 2007 para 30,510 mil toneladas no ano passado, incremento de 70,66%.

A produção nacional na aqüicultura também cresceu em percentuais excelentes. Em 2007, o volume produzido no setor aquícola brasileiro era de 289 mil toneladas. No ano passado, a produção chegou a 415 mil toneladas, crescimento de 43,8%.

“A produção de pescado em lagos, barragens, na costa marítima e em propriedades rurais é uma realidade que se desenvolve mais a cada dia em todo o Brasil, porque estamos estruturando a cadeia produtiva”, explica o ministro da Pesca.

“Temos política de crédito, de comercialização, de assistência técnica, de industrialização do pescado, e isso já está dando resultados muito positivos, o que em suma significa mais renda e qualidade de vida para quem investe no grande potencial e na qualidade da água que o nosso país tem”, diz Gregolin.

PISCICULTURA – Atividade considerada ainda nova em Mato Grosso, a piscicultura emprega – direta e indiretamente – aproximadamente 20 mil pessoas no Estado, desde os tanques até os supermercados, frigoríficos e casas que comercializam peixe. Em média, os investimentos na piscicultura mato-grossense vêm crescendo em torno de 25% ao ano, o que coloca Mato Grosso como um dos grandes Estados promissores do país nesta área”. Ao todo, Mato Grosso tem cerca de 3,5 mil projetos de piscicultura em funcionamento. A Baixada Cuiabana concentra 50% dos projetos e responde por uma produção de 40%.

Segundo a Empaer, 80% dos peixes criados em cativeiros em Mato Grosso são da espécie tambacu. “Por ser uma espécie considerada híbrida, oriunda do cruzamento do pacu, que é da Bacia do Prata, e do tambaqui, da Bacia Amazônica, a criação do tambacu em cativeiro ainda não foi regulamentada em Mato Grosso, pois algumas pessoas entendem que a espécie pode representar uma ameaça ao desequilíbrio do ecossistema”, explicam os pesquisadores.

Segundo o pesquisador Fernando Massairo, o tambacu é a espécie que garante o melhor retorno para o produtor, pois tem o maior ganho de peso e menor teor de gordura na carne. “Os consumidores preferem o tambacu e, em função disto, os piscicultores estão aumentando a cada dia os seus investimentos na aquisição de milhões de alevinos”.

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