Riva reafirma sua candidatura e diz que disputa AL pela última vez

08/09/2010 14:50

O ex-presidente da Assembleia Legislativa e candidato a deputado estadual, José Riva (PP), afirmou hoje (8) que seu projeto eleitoral é legítimo e que não possui nenhum impedimento para disputar o pleito deste ano.

A explicação foi dada em entrevista ao programa “Cidade Independente”, da Rádio Cidade, diante da polêmica sobre a cassação do diploma de deputado, decidida pelo Tribunal Regional Eleitoral, em julho passado.

O julgamento tornou Riva inelegível, mas, no momento do registro de sua candidatura, ele estava elegível, tendo seu pedido deferido por unanimidade pelo Pleno do TRE. Em seguida, o Ministério Público Eleitoral entrou com uma impugnação junto ao Tribunal Superior Eleitoral que ainda será julgada. Vale destacar que a Procuradoria Eleitoral deu parecer contrário à impugnação e opinou pela manutenção do deferimento do registro.

“Muitas pessoas pensam que não sou candidato, em função da cassação do meu mandato de 2006, mas são coisas distintas. Fui cassado em um julgamento controverso, mas, antes disso, havia apresentado todos meus documentos para o deferimento da candidatura e a Justiça Eleitoral autorizou meu registro por seis votos à zero. Minha candidatura é legitima e, quanta vezes preciso for, explicarei isso”, afirmou o progressista.

Segundo Riva, esta será a última vez em que disputará uma eleição para deputado estadual, afirmando que, com sua eleição, irá encerrar um ciclo. Ele destacou que irá trabalhar para viabilizar um projeto “maior”, com uma possível candidatura ao Governo do Estado ou ao Senado.

Reversão da cassação

Riva disse ter certeza que, no julgamento do recurso ordinário que ingressou junto ao TSE, para derrubar a decisão que cassou seu mandato, irá reverter o processo e voltar à Assembleia Legislativa. O parlamentar havia interposto uma medida cautelar, visando a voltar liminarmente ao cargo, mas o pedido foi negado pela ministra Carmem Lúcia.

“Tenho a convicção de que, no julgamento do mérito, vou ganhar essa ação. A ministra falou para o meu advogado que, em casos como esse, é muito cautelosa e não concede liminar. Dessa forma, no julgamento do mérito, será feita justiça. Além disso, teremos o julgamento do recurso ordinário, que tem como objeto derrubar a decisão que cassou meu mandato”, explicou.

Processos

Questionado por uma ouvinte sobre seus processos, Riva afirmou que os responde com tranquilidade, alegando que não deve e que nunca roubou. Sobre a quantidade de ações, o parlamentar destacou que é “maldade” por parte do Ministério Público Estadual, que instaurou um processo para cada empresa que era fornecedora da Assembleia Legislativa.

“Não tenho necessidade de desviar dinheiro público. Eu desvio o meu dinheiro, todo dia, para fazer política. Teve ano que ganhei dinheiro e não sei para onde foi. É só quebrar meu sigilo bancário e fiscal para ver que não desviei dinheiro. Minha vida foi devassada. Falaram que encontraram milhões na minha conta. Ninguém provou que desviei um centavo”, afirmou.

Candidatura incômoda

Riva disse que sua candidatura incomoda muita gente e, por isso, é perseguido. Ele destacou que, diferentemente de muitas pessoas, não foge dos problemas e que sempre trabalhou para melhorar a vida das pessoas. “Tem muita gente que quer crescer em cima dos outros. É mais fácil correr do que enfrentar os problemas. Mas, não sei me omitir, nunca corri de um problema e nunca vou fazer isso”, afirmou.

Riva falou ainda do trabalho que desenvolveu no Estado, desde que chegou a Mato Grosso, em 1994. “Fui prefeito [de Juara, 709 km a Médio-Norte de Cuiabá], fui deputado, 1º secretário e presidente da Assembleia e não tem um lugar nesse Estado onde não tenho ações. Não sou materialista, não tenho obsessão por bens. Desde muito jovem, dediquei minha vida para ajudar as pessoas”, disse o líder do PP.

Disputa pelo Governo

Questionado sobre o número de indecisos apresentados nas recentes pesquisas eleitorais, Riva afirmou que discorda, afirmando que 80% da população mato-grossense já decidiram em quem vai votar. Dessa forma, acredita que não haverá segundo turno na disputa ao Governo neste ano.

“O eleitor está mais precavido, ele não quer se comprometer em ficar anunciando em quem vai votar. Acredito que, dificilmente, teremos um 2º turno”, afirmou o parlamentar.

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