Contaminação atinge 95% dos jalecos médicos

24/09/2010 07:42

Em vez de proteger o usuário, o jaleco médico – indicado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como equipamento de proteção individual para os profissionais do setor – pode ser fonte de contaminação. É o que indica um estudo realizado por alunas da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), campus de Sorocaba, e divulgada na quarta-feira (22). Das amostras analisadas, 95,83% estavam contaminadas.

Entre os micro-organismos identificados nos jalecos está o Staphilococcus aureus, bactéria considerada um dos principais agentes de infecção hospitalar. A pesquisa foi realizada pelas alunas Fernanda Dias e Débora Jukemura, sob orientação da professora Maria Elisa Zuliani Maluf.

A proposta surgiu após a constatação de que alunos e residentes do hospital-escola do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, da rede estadual de saúde, saíam para o almoço em bares e restaurantes sem tirar o jaleco.

O objetivo foi comparar a microbiota – conjunto de micro-organismos que habitam um ecossistema – existente nos jalecos, sobretudo na região do punho e na pele dessas pessoas, com a dos não usuários.

Foram avaliados 96 estudantes de Medicina, distribuídos nos seis anos da graduação, que atuam na enfermaria de clínica médica do hospital. A metade usava jalecos de mangas longas e a outra metade não.

Fernanda Dias explica a altíssima taxa de contaminação verificada a partir da análise.

– Essa elevada taxa de contaminação pode estar relacionada ao contato direto com os pacientes, aliada ao fato de os micro-organismos poderem permanecer entre dez e 98 dias em tecidos, como algodão e poliéster.

A PUC-SP pretende aprofundar os estudos para encaminhá-los à OMS.

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