Fartura de manga

07/10/2010 09:57

Produtores de manga do Vale do São Francisco estão preocupados com a comercialização da fruta. Com o excesso de oferta, o preço despencou.

Na fazenda exportadora de manga, em Petrolina, no sertão de Pernambuco, está terminando o período da safra destinada aos Estados Unidos. As últimas frutas estão sendo embaladas.

Este ano, foram vendidas no lugar quatro mil toneladas de manga. Metade desse volume foi produzida na própria fazenda. A outra parte foi comprada de pequenos produtores do Vale do São Francisco.

A exportação na fazenda aumentou 20% em relação ao ano passado. Mesmo assim, não foi suficiente para garantir a comercialização da produção de todos os fornecedores.

“A programação nossa está fechada. O que passar, corre-se o risco de pegar um preço mais baixo fora devido a coincidir com outras frutas de outros países”, explicou o agrônomo Emerson Costa de Oliveira.

A manga que não teve saída se junta à produção destinada ao mercado interno, o que tem contribuído para derrubar o preço da fruta.

“Todo ano, no segundo semestre, acontece esse tipo de coisa com o preço da manga. Vem a manga de Livramento, da Bahia e de São Paulo, que vai começar na semana que vem. Tem a manga daqui, devido ao clima que ajuda a fruta produzir mais nesse período, que, com a friagem, aflora mais fácil. Por esse motivo, a manga excede de volume e acaba tendo esse preço”, esclareceu Robson Araújo, comprador.

O quilo da manga, que chegou a custar um real no primeiro semestre, hoje está custando R$ 0,20.

Em boa parte das fazendas produtoras de manga, no vale do São Francisco há muita manga para ser colhida, mas o preço em baixa tem transformado o sonho de uma boa safra em pesadelo.

O agricultor Severino Alves, que investiu R$ 10 mil na área de dois hectares, disse que não dá para cobrir nem o que gastou na produção. “Prejuízo de todo meu trabalho. E se a gente não colher, vai para o mato e fica pior”, disse.

Bahia e Pernambuco são responsáveis por 58% da produção nacional de manga.

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