Eleição para deputados segue indefinida

09/10/2010 07:45

Uma semana após o processo eleitoral, Mato Grosso ainda não tem definidas suas bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. O elevado número de candidatos com registro rejeitado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com recurso aguardando julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abre um novo turno nesta eleição. Os recursos do deputado federal Pedro Henry (PP) e deputado estadual Gilmar Fabris (DEM), candidatos à reeleição, podem causar mudanças no quadro de eleitos. Com julgamento adiado duas vezes nesta semana, o progressista deve ter o processo apreciado na sessão extraordinária da próxima quarta-feira, às 19h.

Os candidatos barrados pela Justiça Eleitoral mato-grossense, incluindo os enquadrados na Lei da Ficha Limpa, receberam 131.057 votos. Ao todo, 36 candidatos a deputado estadual e federal aguardam definição do TSE, que promete julgar os casos até 31 de outubro.

A minirreforma eleitoral estabeleceu para esta eleição que os votos conquistados pelos candidatos sub judice serão considerados nulos. No futuro, se houverem mudanças na situação do candidato após o julgamento dos recursos, os votos serão validados e haverá uma nova totalização dos resultados da eleição. A medida causou frustração aos candidatos e cabos eleitorais, já que os sub judice não tiveram os votos divulgados no dia da apuração.

No caso de Pedro Henry, se os votos forem considerados válidos, ele será reeleito e ocupará a cadeira ao lado do candidato também reeleito Eliene Lima (PP). De 95.639 votos apurados para os candidatos a deputado federal com pendência na Justiça Eleitoral, o progressista teve 81.454.

Nos cálculos da coligação “Mato Grosso em Primeiro Lugar”, a recontagem do coeficiente eleitoral não irá tirar a vaga de Ságuas Moraes (PT). A previsão é de que a validação dos votos de Henry comprometa a vaga conquistada pelo ex-prefeito de Sinop, Nilson Leitão (PSDB).

O tucano conseguiu se eleger pela coligação “Senador Jonas Pinheiro”, com 70.936 votos, desbancando a candidata à reeleição Thelma de Oliveira (PSDB). Leitão ocupa a segunda vaga aberta pela sua coligação, que também elegeu Júlio Campos (DEM), com 72.560 votos.

A indefinição também perdura para a Assembleia Legislativa. Os candidatos a deputado estadual sub judice somaram 35.418 votos. Considerado “ficha suja”, o deputado estadual Gilmar Fabris (DEM) conquistou a preferência de 20.885 eleitores. Sua coligação acredita que a validação desses votos não simboliza ameaça aos candidatos eleitos – Guilherme Maluf (PSDB), Zé Domingos (DEM) e Dilmar Dal Bosco (DEM) –, já que todos tiveram número de votos superior ao de Fabris. A contagem dos votos do democrata, no entanto, pode alterar a configuração dos deputados estaduais declarados eleitos.

O TSE tem mantido uma postura rígida em relação aos candidatos enquadrados na Lei da Ficha Limpa, como é o caso de Pedro Henry e Gilmar Fabris. Um exemplo foi a decisão que manteve o indeferimento do registro de candidatura de Paulo Roberto Galvão Rocha (PT) ao Senado. O petista teve 1.733.376 votos mas os votos anulados.