Sem mão-de-obra alta se mantém

10/10/2010 08:36

A elevada demanda por moradias na Grande Cuiabá, aliada à escassez de mão-de-obra para trabalhar no setor da construção civil, são os principais vilões à alta nos preços do metro construído e dos imóveis. De acordo com os empresários, a valorização é sentida no momento da entrega da obra. “Como o processo de compra é longo, com o prazo de entrega girando em torno de 40 meses, quem compra o imóvel na planta acaba ganhando bem acima da inflação”, analisa o empresário Rogério Fabian, diretor regional da construtora Plaenge.

Ele diz que a alta dos preços do metro quadrado construído ocorre também devido à demanda elevada por imóveis. “É a lei da oferta e da procura. Quando se tem uma grande demanda e a oferta não dá conta de atender, os preços tendem a ficar aquecidos”.

Fabian aponta que a tendência é de que o mercado continue em ritmo acelerado nos próximos anos. “Na realidade, este aquecimento já vinha ocorrendo em todo o país antes mesmo da confirmação da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e do anúncio das Olimpíadas. Se considerarmos esses eventos, os investimentos tendem a acelerar ainda mais. Mas tudo tem um limite e vai chegar uma hora que o mercado ficará acomodado”.

Fabian lembra, entretanto, que é preciso revolver gargalos como a falta de mão-de-obra para trabalhar no setor, bem como a escassez temporária de matéria-prima (materiais de construção) em determinadas épocas do ano.

Júlio César de Almeida, da Ginco, concorda que os preços da construção estão subindo devido à escassez de mão-de-obra e os elevados preços do terreno. “Os preços subiram muito, tem situações de 100% a 150% no período de um ano. Tivemos uma situação de crescimento com relação à necessidade de terrenos para construir as moradias mais econômicas. Hoje, o que existe de estoque já está supervalorizado”.

Ele diz que o mercado está tentando atender uma carência de quase 30 anos. “Por isso a oferta é pequena e metro quadrado de área construída oscila de R$ 2,7 mil a R$ 4 mil para moradias de médio e alto padrões”. Segundo Júlio César, em muitos casos os preços dos terrenos estão mais caros do que o próprio imóvel construído.

“A expectativa é de que levaremos mais 10 anos, no mínimo, para encontrar um ponto de equilíbrio do mercado, atendendo à demanda com oferta regulada pelo crescimento natural da cidade”.

Os corretores lembram, contudo, que antes de decidir o tipo de imóvel no qual se pretende investir, é importante que o comprador analise todos os riscos e possibilidades de retorno que esse imóvel pode ter. “O papel da imobiliária é imprescindível nessa análise, uma vez que os corretores estão vivendo diariamente essas experiências, sempre atualizados sobre o melhor negócio a fazer. Para quem prefere investir em imóveis de alto padrão, precisa estar ciente que o retorno do investimento virá com a valorização do imóvel”, frisa o corretor Paulo Figueiredo

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