Murilo Domingos se diz perseguido

16/10/2010 07:45

O prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), acusou ontem(15/10), em entrevista coletiva, ex-secretários de Governo de perseguição por ele não ter aceitado desvio em torno de R$ 20 milhões da administração. A declaração de Murilo foi uma reação a dois pedidos de cassação feitos pelo ex-procurador do município, Antonio Carlos Kersting Roque na Câmara Municipal.

Na última sessão da Câmara, na quinta-feira, os vereadores arquivaram por unanimidade o pedido de abertura de CPI para investigar o prefeito em casos de improbidade administrativa e decidir por sua cassação do mandato. Numa sessão marcada por brigas e tumultos, os parlamentares arquivaram a denúncia por falta de prova e também pela intenção “duvidosa” dos ex-servidores.

Segundo o prefeito, Antônio Carlos Kersting Roque e Garcez Toledo Pizza, ex-secretário de governo, cobram o pagamento de uma suposta dívida de R$ 18 milhões, correspondente ao cartão Intercompra. Murilo afirmou que as denúncias contra ele começaram a surgir depois que o contrato com esse sistema de crédito foi suspenso.

O prefeito ainda revelou que sofre perseguição da ex-secretária de Comunicação, Edna Araújo, e do ex-secretário de esporte Edilson Baracat. “Um grupinho de pessoas tentando denegrir nossa administração e intimidar nossos funcionários”, disse o prefeito.

Murilo afirmou que passou a ser perseguido pelos ex-membros do governo porque não aceitou a existência de um esquema de tráfico de influencia em que o filho de Garcez cobraria uma espécie de “comissão” para facilitar o recebimento de débitos na prefeitura.

O ex-procurador baseou o pedido de cassação do prefeito em denúncia do Ministério Público. Murilo responde a diversos processos por improbidade administrativa na Justiça, que já determinou, inclusive, o afastamento dele da prefeitura para que a investigação não seja prejudica. Ele recorreu da decisão e continua no cargo.

Pelo caso em que seu afastamento foi determinado, Murilo é acusado de fraudar licitações privilegiando a empresa de sua família, a Casa Domingos. A empresa familiar receberia dinheiro da prefeitura por meio da empresa-fantasma “João Só, Comercial e Distribuidora Ltda.”.

O prefeito nega favorecimento à empresa de sua família. Ele também argumentou que a denúncia feita pelo ex-procurador já está sendo respondida na instância judicial.

Diante das várias denúncias feitas pelo Ministério Público, esta é a primeira vez que o prefeito resolve se pronunciar publicamente. Na coletiva, ele estava acompanhado pelo procurador-geral do município, Geraldo Oliveira, e pelo vice-prefeito, Tião da Zaeli (PR). Para o prefeito, a onda de denúncias surgir porque ele não quis atender a interesses pessoais de seus secretários, e que justamente por isso não continuou com eles no segundo mandato.

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