Sétima arte invade Cuiabá com Festival de Cinema e Vídeo

25/10/2010 08:50

Cinéfilos de plantão, amantes da sétima arte, cineastas, produtores, artistas locais e nacionais têm encontro marcado em Cuiabá. Trata-se da 17ª edição do Festival de Cinema e Vídeo, que ocorre entre os dias 25 e 30 de outubro, no Cine Teatro, e promete animar a cena cultural mato-grossense.

O Festival, realizado pelo Instituto Cultural América (Inca), conta com a participação de 33 filmes na Mostra Competitiva, em quatro categorias, sendo 11 vídeos, 14 curtas, dois médias e seis longas.

Entre os destaques da seleção, estão os longas “Cabeça a prêmio”, de Marco Ricca (em sua estreia como diretor na telona), que passou por importantes festivais nacionais e internacionais, “No meio do rio entre as árvores”, documentário de Jorge Bodanzky, fruto de uma expedição ao Alto Solimões e “Viajo porque preciso, volto porque te amo”, uma obra experimental realizada pelos cineastas Marcelo Gomes, de “Cinema, aspirinas e urubus”, e Karim Aïnouz, de “Madame Satã” e “O céu de Suely”.

Segundo o idealizador do Festival, Luiz Borges, nesta edição, o evento apresenta um interessante panorama das atuais tendências do cinema brasileiro. “Apesar de termos um acréscimo de produções mais comerciais, têm surgido, em importantes circuitos de festivais de cinema no país, produções mais experimentais, que buscam a ampliação da linguagem e do sentido da sétima arte no Brasil”, avalia, destacando que, desta forma, é possível compreender a presença de obras desafiadoras no Festival, como os filmes “O contestado – restos mortais”, do veterano Sylvio Back, e “Ponto Org”, da estreante cineasta mineira Patrícia Moran.

Produção local – Neste ano, o público vai conferir na Mostra Competitiva apenas duas produções mato-grossenses, que concorrem na categoria Vídeo: “Vestígios do tempo”, de Ronaldo Adriano, e “Fita amarela”, de Madiano Marcheti. Porém, os vídeos inscritos e não selecionados serão exibidos na Mostra Vídeos do Mato, com sessões de terça à sexta, sempre às 17h, no Cine Teatro, e no Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (Misc), no dia 27, às 16h.

Tema e homenageado – O tema deste ano, Eldorado, pretende discutir a antiga lenda, narrada pelos índios aos espanhóis, na época da colonização das Américas, que falava de uma cidade cujas construções seriam todas feitas de ouro maciço e cujos tesouros existiriam em quantidades inimagináveis. No passado, o mito promoveu diversas incursões aventureiras na região e na atualidade se manifesta no imaginário popular de muita gente, que adentra ao coração do Brasil em busca de enriquecimento e fortuna fácil. Neste cenário, Mato Grosso, especialmente o Centro Oeste, é visto como o novo “Eldorado brasileiro”.

De acordo com a organização, a escolha do homenageado não poderia deixar de ser um visionário, em se tratando do desenvolvimento do cinema na região. O cineasta Geraldo da Rocha Moraes foi escolhido por ser um dos pioneiros do cinema no Centro Oeste e que leva adiante o sonho de Nelson Pereira dos Santos, desde a criação do curso de cinema na Universidade de Brasília, e Paulo Emilio Salles Gomes, criador do Festival de Cinema de Brasília.

Programação paralela – A exemplo dos últimos anos, o Festival realiza mostras paralelas, entre elas a Cinema Escola e Cinema Paradiso. A primeira ação tem como objetivo a democratização do acesso à sala de cinema, visando criar nos alunos o interesse em frequentar este ambiente e formar público. Crianças da rede estadual de ensino serão levadas ao cinema para assistir a sessão do filme “No coração dos Deuses”, do diretor homenageado nesta edição, Geraldo Moraes. As crianças são acompanhadas por um coordenador-mediador, que apresenta o filme.

Já Cinema Paradiso tem como objetivo estimular ainda mais a experiência de muitas pessoas que por algum motivo não podem ir ao cinema. Com uma mostra de vídeos e curtas, elaborada de acordo com o perfil da plateia e do ambientas das instituições, o Inca promove sessões em diversas instituições, que neste ano são: Abrigo dos Idosos Bom Jesus de Cuiabá, Casa da Solidariedade Mãe Joana e Penitenciária Feminina Pascoal Ramos.

Seminário Eldorado – Para discutir sobre a produção audiovisual serão realizadas duas palestras, que contarão com a participação de pesquisadores, acadêmicos, cineastas e produtores, aprofundando o olhar e o pensamento sobre este mito primal da América do Sul e que repercute no imaginário de nossa presente sociedade. A primeira será dia 29, às 17h, no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), com o tema “Em busca do ouro”, com a Prof. Dra. Sirlei Silveira.

Após a palestra, em parceria com a Editora Tanta Tinta e Editora da Universidade Federal de Mato Grosso – EdUFMT – o Festival realiza o lançamento do livro “Em busca do país do ouro – sonhos e itinerários”, da Prof. Dra. Sirlei Silveira, resultado de sua pesquisa de doutorado.

No dia 29, é a vez do colóquio entre o historiador Paulo Pitaluga e o cineasta Luiz Borges, sobre o tema “Eldorado – História e Narrativas”.

Histórico – Criado em 1993, o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá é promovido pelo Instituto Cultural América (Inca) e promove o acesso e a difusão da produção audiovisual brasileira, exibindo todos os formatos no mesmo espaço. A partir da curadoria de um tema anual para as atividades de formação e debates, insere e potencializa o uso do audiovisual no diálogo para a reflexão sobre a cultura e sua diversidade de expressões, conteúdos e histórias.

O 17º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá é uma realização do INCA – Instituto Cultural América; patrocínio do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual – SAv, Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura; Apoio OI, OI Futuro, Universidade Federal de Mato Grosso, Canal Brasil, Folha do Estado, Radio Cidade, Conselho Estadual de Cultura de Mato Grosso , Agecopa, Secretaria de Estado do Desenvolvimento do Turismo, Prefeitura de Cuiabá, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso; parceiros Fórum dos Festivais, AMAV/ABD-MT, Museu da Imagem e do Som de Cuiabá “Lázaro Papazian”. Quem assina a produção executiva é Cybelle Bussiki.

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