Demitido da 2ª emissora, Rabello volta à AL sem palanque eleitoral

22/11/2010 09:59

Ele conseguiu garantir nas urnas retorno à cadeira de deputado, mas não possui mais o palanque eletrônico, trunfo usado até agora para manter sua “sobrevivência política” na base do populismo e da demagogia. O apresentador de TV Walter Rabello foi demitido da TV Rondon (afiliada do SBT) assim que terminou as eleições. O empresário Roberto Dorner (PP), derrotado para deputado federal, sentiu-se boicotado por Rabello e, como este já não tinha convivência amistosa com a diretoria da emissora em Cuiabá, determinou o seu desligamento como funcionário. Foi a segunda vez que o apresentador saiu do ar. A primeira se deu na Cidade Verde (ex-SBT e hoje Bandeirantes), também por desentendimento com o patrão, empresário Luiz Carlos Beccari.

    O único palanque que restou para Rabello é a tribuna da Assembleia. Em 1º de fevereiro do próximo ano ele toma posse para quatro anos de mandato. Assim como outros 23 parlamentares, terá salário de R$ 15 mil mensais, outros R$ 15 mil a título de verba indenizatória e ainda controlará verba de gabinete de R$ 30 mil e com direito a vários assessores e um veículo custeado pelo erário. Rabello não quer mais doar o seu salário a pessoas carentes. Só fez isso porque tinha programa televisivo para poder propagar seus atos generosos e populistas. Seus aliados argumentam que as fontes de renda dele minguaram. Ficarão limitadas aos shows que realizada como cantor sertanejo e como deputado.

    Diferente das eleições de 2006, quando chegou a 70.646 votos, Rabello obteve no pleito deste ano somente 18.696, o que representa 51.950 votos a menos. Só entrou como eleito por causa da votação expressiva de José Riva, que garantiu 93.594 votos, levando o seu PP a igualar em bancada com o PMDB, ambos com 5 cadeiras. A maior ficou com o PR, que elegeu 6. A exemplo da maioria dos deputados, sua atuação no primeiro mandato foi pífia. Limitou-se a fazer discurso e difundir suas ações sociais.

    Desde 2008, Rabello tenta superar o inferno astral. Primeiro foi demitido da Cidade Verde, onde apresentava programa e fazia deste palanque eleitoral. Depois disputou e perdeu no primeiro turno para prefeito de Cuiabá e, para piorar, teve mandato de deputado cassado por infidelidade partidária (trocou o PMDB pelo PP). Ele conseguiu emprego na TV Rondon, recuperou parte do seu eleitorado, mas acabou tirado do ar por não ser considerado “pessoa de confiança”.

    Outros apresentadores de TV foram perdendo popularidade e respaldo nas urnas. Um deles é Lino Rossi, que conduziu por um bom tempo o Cadeia Neles, programa de maior audiência da Record Canal 10, foi vereador e deputado federal e caiu no ostracismo político. Neste ano, o apresentador, empresário e deputado Maksuês Leite (PP) também foi derrotado à reeleição.

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