Ponto de Cultura Teatro Experimental estreia espetáculo

03/12/2010 12:28

Estreia  hoje(03.12) o espetáculo “Saga, Caminhos e Caminhantes”. O espetáculo é resultado do primeiro ano das atividades do Ponto de Cultura Teatro Experimental com jovens do bairro Vila Nova no curso de ‘Formação de Mobilizadores Sociais por meio do Teatro’. O trabalho contou com mais de 300 horas de atividades, que subsidiaram a dramaturgia do espetáculo. Para atingir os objetivos do curso e da própria montagem, vários temas transversais foram empregados como o autoconhecimento, entrevistas com as famílias dos cursistas, história do bairro, além de atividades do universo teatral como expressão corporal, iniciação e interpretação teatral.

Estreia nesta sexta-feira (03.12) o espetáculo “Saga, Caminhos e Caminhantes”. O espetáculo é resultado do primeiro ano das atividades do Ponto de Cultura Teatro Experimental com jovens do bairro Vila Nova no curso de ‘Formação de Mobilizadores Sociais por meio do Teatro’. O trabalho contou com mais de 300 horas de atividades, que subsidiaram a dramaturgia do espetáculo. Para atingir os objetivos do curso e da própria montagem, vários temas transversais foram empregados como o autoconhecimento, entrevistas com as famílias dos cursistas, história do bairro, além de atividades do universo teatral como expressão corporal, iniciação e interpretação teatral.
 

“Saga, Caminhos e Caminhantes” é um texto escrito por Anderson Flores e Ronaldo Adriano, a partir das experiências vivenciadas e do estudo durante todo o desenvolvimento das atividades. Compõe-se dos antecedentes da colonização da Amazônia, como a seca, a geada e a invasão das águas pela usina Itaipu e da formação do bairro Vila Nova. As famílias vieram para a Amazônia para se estabelecer e melhorar economicamente, mas muita gente se frustrou, pois pouco do prometido realmente aconteceu para todos. As promessas como comprar seu pedaço de terra que “corria leite e mel” e melhorar a vida foi se desfazendo, pois a riqueza não era para todos. Aqueles que foram excluídos das atividades econômicas e continuaram na região foram enviados para a área onde se conhece hoje como Vila Nova.

Anderson Flores, que também foi professor do módulo autoconhecimento diz que “o preconceito e o desconhecimento em relação a própria história eram fortes. Era a ordem da exclusão se materializando nos meios objetivos e subjetivos”.

Segundo Elenor Cecon Júnior, coordenador do Ponto de Cultura Teatro Experimental, a evolução dos cursistas é visível. “Tínhamos no início de nosso curso, alunos muito tímidos ou o extremo, totalmente agitados. O teatro de fato, muda o agir das pessoas. Hoje tenho plena consciência do que os nossos alunos podem fazer para mudar a realidade de onde estão inseridos. Outro aspecto muito importante foi podermos proporcionar momentos de contato com o meio cultural da cidade através de visitas a exposições de artes plásticas, a participação no Festival de Teatro da Amazônia Matogrossense, etc”.

Ainda de acordo com Cecon, o envolvimento dos integrantes do Teatro Experimental foi muito positivo. “Além da formação continuada propiciada pelo Ponto de Cultura através de oficinas com profissionais de gabarito no cenário brasileiro, todos os integrantes mergulharam em áreas de produção do espetáculo ‘Saga, Caminhos e Caminhantes’ que até então nunca tinham executado. São nessas novas investiduras que conseguimos crescer enquanto artistas”, diz.

Para Ronaldo Adriano, que também assina a direção do espetáculo, o trabalho foi muito gratificante. “Dirigir Saga, Caminhos e Caminhantes foi uma experiência muito boa. Dirigir um elenco de 20 atores com idades variadas (jovens, adolescentes e crianças) que tiveram o seu primeiro contato com o teatro a partir dos trabalhos do Teatro Experimental exigiu muito trabalho de planejamento e persistência. Agora, às vésperas da estreia é inevitável não se emocionar com o empenho, entusiasmo e entrega que esses atores vão para a cena. O mais interessante de tudo isso é ver que eles estão encenado a história de seus pais, gente trabalhadora que se aventuraram Amazônia a dentro em busca de melhores condições de vida. Que é um pouco da história de todos nós do TEAF. Confesso que estou ansioso para vê-los em cena e, também para ver a reação dos verdadeiros personagens dessa história. História que continua, assim como nosso teatro.”

Um dos propósitos do conveniamento dos pontos de cultura junto ao Governo do Estado e Governo Federal, é para que durante os três anos em que o projeto recebe um incentivo para realização das atividades, ele possa se fortalecer para que quando findado os repasses, o projeto não acabe. Segundo Elenor, o PC Teatro Experimental tem buscado estas parcerias, como a estabelecida com a organização não-governamental Instituto Ouro Verde, onde possibilitou a realização de uma oficina de vídeo para índios da aldeia Terena.

Outro ponto que vale ser destacado é que o Ponto de Cultura tem auxiliado grupos artísticos fundados por jovens que participam das atividades oferecidas pelo PC Teatro Experimental, como é o caso do grupo de dança El Shaday e do Grupo Mano’s do Hip Hop, ambos contemplados pelo edital Microprojetos da Amazônia Legal da Funarte.

O Ponto de Cultura Teatro Experimental é conveniado junto à Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, a partir do programa Mais Cultura do Governo Federal. Conta ainda com o apoio da Prefeitura Municipal de Alta Floresta e parceria do Cineclube Floresta, Hospital Geral e DK Escala Organização Contábil.

SERVIÇO:

O que: Apresentações do espetáculo teatral ‘Saga, Caminhos e Caminhantes’

Quando:

Dia 3/12 – Escola Ludovico da Riva Neto (Vila Nova)

Dia 4/12 – Centro Cultural de Alta Floresta

Dia 7/12 – Escola Mundo Novo (Com. Mundo Novo)

Dia 8/12 – Escola Manoel Bandeira (Carlinda/MT)

Horário: Sempre às 19h30

Quanto: Gratuito

Tags:
Cultura