Agricultores paranaenses se preparam contra ferrugem asiática

16/12/2010 16:15

A ferrugem asiática da soja preocupa a maioria dos agricultores. O fungo causador da doença provoca a queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, derrubando drasticamente a produtividade das lavouras em até 70%, quando comparadas áreas tratadas e não tratadas com fungicidas.

Tradicionalmente o produtor usa apenas o calendário e seu conhecimento prático para decidir a hora certa para aplicar fungicidas, o que muitas vezes causa perdas irreparáveis na lavoura. A cada ano se torna mais difícil usar o conhecimento do passado para prever o momento ideal para aplicar fungicidas.

No Paraná, a doença chegou mais cedo do que o esperado na última safra. Os produtores foram surpreendidos pela doença em meados de outubro de 2009, enquanto em anos anteriores os primeiros focos da doença eram percebidos apenas em janeiro. Para a safra 2010/11 os cooperados da Cooperativa Agroindustrial (Coopavel) estarão munidos de uma ferramenta que auxiliará na prevenção da doença. A BASF, uma das empresas líderes no segmento de defensivos agrícolas, instalou três plataformas Yield Max em filiais da Cooperativa.

O Yield Max é um sistema que integra a coleta e processamento de dados climáticos com o conhecimento técnico BASF para definição do momento preventivo ideal para aplicação de fungicidas.  O sistema funciona da seguinte maneira: após instalada na lavoura, a plataforma coleta e armazena as variáveis climáticas, que são automaticamente repassadas para um servidor central. Ao receber os dados, o servidor realiza o processamento das informações e calcula a probabilidade de ocorrência de doenças. Com essa informação e o conhecimento técnico da BASF, os agrônomos avaliam as condições da lavoura e fazem a recomendação de aplicação. Como o cálculo do coeficiente de risco (CR) da doença é feito para cada talhão (área monitorada), o sistema Yield Max aumenta a precisão dos resultados para a tomada de decisão do melhor momento preventivo.

Lançado em 2007 em parceria com a empresa de tecnologia Olearys SA, a BASF oferece o sistema para as culturas de soja, tomate e maçã e já está proporcionando um verdadeiro salto tecnológico na agricultura brasileira. O sistema Yield Max cobre cerca de 20 macrorregiões do sul e cerrado formando uma verdadeira rede de plataformas agroclimáticas.

Na região da Coopavel, as estações foram instaladas em três propriedades agrícolas nos municípios paranaenses de Vera Cruz do Oeste, Espigão Azul e Catanduvas. “Com a instalação das estações teremos cerca de 80% da área de atuação da Coopavel monitorada, auxiliando os cooperados em uma ação preventiva contra doença”, afirma Eduardo Fadel Gobbo, gerente de Vendas da BASF.  O objetivo é oferecer ao agricultor uma tecnologia que auxilia no diagnóstico antecipado da sua lavoura e traga ganhos de produtividade aos sojicultores.

O engenheiro agrônomo da Unidade Coopavel de Vera Cruz do Oeste, Daniel Frizon, acredita que os primeiros indícios da doença irão aparecer entre o final de dezembro e início de janeiro para a safra de soja 2010/11. As informações sobre os coeficientes de risco estarão disponíveis nas filiais da Coopavel que estão cobertas pelas estações e servirão como auxilio para monitoramento de outros cooperados. “Os agrônomos da cooperativa poderão auxiliar os produtores da área monitorada a aplicar o fungicida preventivamente, evitando grandes perdas na sojicultura”, finaliza o representante técnico de Vendas da BASF, Ricardo Mayer.