Lançado primeiro ar condicionado do mundo com cobre antimicrobiano

28/12/2010 10:40

O primeiro ar condicionado antimicrobiano feito de cobre no mundo foi lançado na última semana em Beijing, China. A gigante Chigo, fabricante de ar condicionado, em parceria com a Internacional Copper Association (ICA), foi responsável pela fabricação e lançamento do produto no mercado.

O produto inovador vai aproveitar as propriedades antimicrobianas do cobre para uma nova aplicação que contribui ainda para economia de energia de até 56% em comparação aos atuais produtos no mercado chinês.

Os componentes do sistema HVAC (ventilação, calefação e ar condicionado) operam em ambientes quentes, escuros e úmidos; condições ideais para a contaminação por fungos que causam mau odor e podem prejudicar a eficiência do sistema. Testes de laboratório demonstram que materiais de cobre podem inibir o desenvolvimento destes organismos.

Em 24 horas de exposição em superfícies de cobre, foi observada a extinção total de várias espécies de comuns de fungos, enquanto que superfícies de alumínio não apresentaram nenhum efeito sobre nenhum destes fungos.

A aplicação do cobre é baseada pesquisas de laboratório da Universidade de Southampton, no Reino Unido. O professor William Keevil, que avaliou a eficácia da superfície de cobre como fungicida para ar condicionado.

Estudos no Brasil

No Brasil, o Instituto Brasileiro do Cobre – Procobre, braço do ICA, busca parceiros para dar início aos primeiros estudos locais sobre a ação antimicrobiana do cobre com foco em hospitais e ambulatórios.

Resultados preliminares de um estudo-piloto realizado em um Ambulatório de Doenças Infecciosas, em North Shore-Long Island Jewish Health, mostraram que o uso do cobre como revestimento da superfície de contato de braços de cadeiras para coleta de sangue e bandejas, entre outros materiais, pode tornar o ambiente inóspito a bactérias infecciosas. O estudo foi apresentado durante a Conferência de Inter-Ciência sobre Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia (ICAAC), em Boston, Estados Unidos.

Até o momento, as provas demonstram que o cobre é também efetivo para a redução da carga bacteriana nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), quarto dos pacientes e em muitos objetos de uso individual dos mesmos quartos. Estudos foram realizados em três hospitais dos Estados Unidos: Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering, em Nova York; Universidade Médica da Carolina do Sul e Centro Médico Ralph H. Johnson VA, ambos em Charleston, Carolina do Sul.

O cobre e suas ligas, como latão e bronze, podem chegar a eliminar até 99,9% de bactérias em 2 horas, quando limpos regularmente, dentro do programa rotineiro de desinfecção. Estes resultados levaram a Agencia de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) a registrar esses materiais como produtos antimicrobianos que podem controlar enterococos resistentes à vancomicina (VRE), Staphylococcus aureus meticilino-resistente (MRSA), Staphylococcus aureus, Enterobacter aerogenes, Pseudomonas aeruginosa y E. coli O157: H7, todas bactérias associadas à infecções ou outros efeitos adversos em seres humanos.

“No país, a média de óbitos de pacientes que contraem infecção após procedimentos cirúrgicos ou internações é de 45 mil em 12 milhões de internações anuais. Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 13% e 15% dos pacientes internados adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização. O objetivo do Procobre é informar a cadeia da saúde sobre a contribuição do cobre para a redução desses índices e mobilizar o setor do cobre a apoiar ações que permitam a disseminação do cobre no ambiente hospitalar”, destaca o diretor do Procobre, Antonio Maschietto.

Somente nos EUA, cerca de dois milhões de americanos contraem infecções hospitalares por ano, sendo que 100 mil morrem em decorrência disso, custando aos cofres públicos prejuízos de cerca de US$ 30 bilhões. Cada caso onera o sistema de saúde público em até US$ 1.400, em média, além de aumentar a internação hospitalar em torno de 14 dias. Com o índice de infecção reduzido, esses recursos poderiam ser melhor utilizados no sistema público de Saúde, além da falta de leitos ser minimizada.

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