07/01/2011 11:03
Em meio à pressão do PMDB, a presidente Dilma Rousseff (PT) começa a cogitar a possibilidade de um reajuste do salário mínimo em torno de R$ 550. Até ontem, o Governo Federal defendia o valor de R$ 540 e sinalizava vetar qualquer contraproposta.
Contudo, a elevação do reajuste ainda sofre resistências dentro do próprio Governo. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o valor de R$ 540, proposta inicial, está em um patamar que preserva o equilíbrio das contas públicas e a coerência da política fiscal. Um aumento acima disso, segundo ele, elevaria os gastos com a Previdência e deterioraria as contas públicas. A decisão aguarda levantamento dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e deverá ser anunciada nos próximos dias.
Nesta semana, o reajuste do mínimo foi explorado pelo PMDB para pressionar Dilma, no intuito de pleitear mais espaço político no segundo escalão do Governo. Mas as contrapropostas partem de aliados e opositores.
O PCdoB, por exemplo, defende o valor de R$ 580, mas estima uma decisão conciliatória entre os valores apresentados. “Eu suponho (…) que não vai ser R$ 540, nem vai ser R$ 580”, estima o deputado federal Chico Lopes (PCdoB). Os tucanos, que já defenderam reajuste de R$ 600 durante a campanha eleitoral de José Serra em 2010, propõem agora o mesmo valor, que se viabilizaria a partir de uma contenção de gastos nos ministérios. (Marcela Belchior – [email protected], com agências)
Quando
ENTENDA A NOTÍCIA
A polêmica sobre o valor do mínimo começou depois que o PMDB ficou insatisfeito com a partilha de cargos no governo Dilma Rousseff. A MP sobre o salário mínimo deve ser votada logo no início da nova legislatura, em fevereiro.
SAIBA MAIS
O que considerar para o aumento
No último dia 30, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou medida provisória com reajuste de 5,88% para o salário mínimo, elevando seu valor de R$ 510 para R$ 540.
A proposta prevê que o aumento anual leve em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior somado à variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Como em 2009 o país teve retração econômica em função da crise financeira internacional, o valor para 2011 leva em conta apenas a variação do INPC.