Híbridos resistentes: a chave contra doenças do milho

09/01/2011 09:45

Entre as principais doenças que afetam as plantações de milho hoje estão as ferrugens polissora e tropical, o complexo da mancha-branca, doenças foliares, como cercosporiose e entomosporiose, e as podridões de colmos e grãos, como antracnose e fusarium. Para esclarecer o agricultor sobre como melhor proceder no tratamento dessas enfermidades, a DuPont do Brasil vem destacando a tecnologia de interação entre o uso de fungicidas e os marcadores moleculares para produzir híbridos mais tolerantes. Tudo em acordo com a sustentabilidade do meio ambiente.

O engenheiro agrônomo Itavor Nummer Filho, gerente de produtos e tecnologia para a região Sul do país da divisão Pioneer Sementes, conta que, atualmente, quatro grandes grupos produtores dominam 90% do mercado de sementes no Brasil. Uma das que foram lançadas pela Pioneer foi a 32R22, que há quatro anos teve sua eficiência testada. Já a 30R50 e a 30F53 são cultivares elaboradas para o combate aos tipos de ferrugem que atingem os milharais. Itavor Nummer explica que, por serem originários do Sul, os dois híbridos não apresentavam resistência a esse tipo de enfermidade, já que a ferrugem se manifestava com maior intensidade em climas quentes e úmidos da baixa região central do Brasil.  

No entanto, este panorama mudou. Hoje, a doença não respeita mais esse padrão de distribuição, se manifestando inclusive no Sul. Por isso, a tecnologia desses híbridos foi desenvolvida há dois anos, no intuito de trabalhar com uma extensão de área maior. Isso nos ajudou a superar a ferrugem, que tem caráter errático e que teve grande surto no centro-sul paranaense e no noroeste gaúcho durante o ano de 2009 — ressalta o engenheiro agrônomo, completando que os estudos para a combinação de híbridos é realizado desde 1997, com o objetivo de suprir as deficiências das variedades de milho. 

Itavor destaca que a escolha dos híbridos é fundamental para o planejamento da lavoura. Os agricultores precisam ter em mente que os materiais devem ter produtividade comprovada e aprovada. Com a técnica de marcadores moleculares, é possível introduzir nas sementes gens tolerantes às doenças, o que, segundo o gerente da Pioneer, não significa que esses organismos sejam geneticamente modificados, já que o método de cruzamento é tradicional. Desta forma, a utilização dos fungicidas pode ser reduzida e, dependendo das condições climáticas, não precisar de nenhum tipo de pulverização. 

A aplicação de agrotóxico envolve o conhecimento do patógeno que está atuando na plantação. Em segundo lugar, deve-se checar qual a repulsividade do híbrido aos agentes. Por exemplo, pode-se ver alguma mancha de cercóspora na lavoura e isso não determinar perda de produtividade, pois a cultivar é resistente, o que evidentemente influencia na decisão de não utilizar o pulverizador. O último detalhe a ser considerado é em que fase a cultura está. Em fase inicial, algumas doenças não determinam perda de produtividade. Cerca de 60% da responsabilidade pelo preenchimento dos grãos é das folhas do terço superior da planta. O conjunto de folhas acima da espiga é que são os direcionadores da tomada de decisão nesse caso. O produtor não deve relaxar e aplicar os agrotóxicos se detecta a folha manchada — alerta Itavor Nummer Filho. 

A Pioneer Sementes disponibiliza uma tabela com o nome dos produtos registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para cada tipo de doença. Os interessados podem acessar o link http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons ou entrar em contato com a empresa pelo telefone (51) 3719-7700.