12/01/2011 17:26
A segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, forçou integrantes da imprensa estrangeira a tirar a roupa, entre eles uma correspondente árabe-israelense grávida, durante entrevista à imprensa concedida na terça-feira, em Jerusalém, segundo depoimento de jornalistas.
Agentes de segurança submeteram a “humilhações”, com revista corporal minuciosa, algumas dezenas de profissionais internacionais que trabalham em Israel, convidados a participar, na noite de terça-feira, da entrevista anual à imprensa de Netanyahu, num grande hotel da cidade.
Foi pedido à repórter e produtora do canal de televisão Al-Jazeera de Qatar, Najwan Simri, 31 anos, que tirasse o sutiã. Com a recusa, não foi autorizada a entrar na sala onde acontecia o evento.
“Estou grávida de quatro meses, e pedi que não usassem o detector de metais. Eles me afastaram e pediram para retirar o casaco, depois a camisa, e em seguida, o sutiã, o que me recusei a fazer”, declarou Simri à AFP.
A Associação de Imprensa Estrangeira (FPA) em Israel, com sede em Tel Aviv, protestou no escritório do primeiro-ministro.
“Estamos conscientes das exigências de segurança, mas é totalmente inaceitável convidar pessoas a uma recepção num hotel 5 estrelas, depois obrigá-las a tirar a roupa na entrada”, estima a FPA em nota.
Segundo a FPA, outros jornalistas tiveram que tirar a roupa de baixo.
Um porta-voz do Shin Bet, o serviço de segurança interna, que garante a proteção ao premier, disse à AFP que “só a jornalista da Al-Jazeera apresentou problema, ao se recusar a seguir o procedimento habitual”.