Copom sobe taxa de juros para 11,25% ao ano

20/01/2011 08:53

A taxa básica de juros Selic subiu 0,50 ponto percentual e passa a ser de 11,25% ao ano. O BC (Banco Central) anunciou ontem à noite a alteração. De acordo com o professor José Nicolau Pompeo, que ministra aulas na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), essa é a primeira elevação de algumas neste ano.
Ele explicou que a demanda interna cresceu. “É resultado do aumento da massa salarial, que refletiu no crescimento no crédito no País. E tudo isso estimulou o consumo”, explicou o professor da PUC-SP.
A demanda aquecida proporcionou aumento na inflação, que ultrapassou o centro da meta do governo no ano passado. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 5,91% em 12 meses, contra meta de 4,5%.
A elevação da Selic é um dos mecanismos que o BC tem para controlar o avanço dos preços. Em nota, a autarquia informou que a decisão foi unânime. E destacou que os efeitos “somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas”.
A nota deixa o indício de que o BC fará novas altas neste ano, pois afirma que está “dando início a um processo de ajuste da taxa básica de juros”.
Esta foi a primeira manobra do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) sob comando do novo presidente da autarquia, Alexandre Antonio Tombini. O mercado financeiro e os especialistas arriscavam que haveria aumento na taxa e já esperavam 0,50 ponto percentual
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) afirmou ser contra a decisão. Para a entidade, a elevação levará os gastos do governo com juros para R$ 200 bilhões neste ano.
CONTRA
“O Brasil não pode mais ser penalizado com o crescente aumento da taxa de juros. Isso é um absurdo. Com esse dinheiro poderíamos viabilizar a construção de mais 390 mil casas do programa Minha Casa, Minha Vida, ou custear 2/3 do Bolsa Família no ano inteiro de 2011. Alternativamente, daria para o sistema de Saúde realizar 14 mil internações adicionais”, afirmou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, por nota.
A Força Sindical também não concordou com o aumento. “Tivemos desnecessária alta dos juros, que seguem em patamar excessivamente elevado. Juros altos que seguem na contramão da produção, do crédito e do consumo”, declarou o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, por meio de nota.
EXPLICAÇÃO
Para o coordenador da área de economia aplicada do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), Armando Castelar, a decisão foi correta.
“A inflação em 2010 foi alta. E as expectativas também estão elevadas. Temos uma pressão crescente nos preços dos serviços”, argumentou o especialista. Ele espera mais 1,50 ponto percentual neste ano.
O conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia), Manuel Enriquez Garcia, concorda que a decisão foi correta. “A função dele é de guardião da moeda.” Quanto mais alta a inflação, menor o poder de compra do real.

A taxa básica de juros Selic subiu 0,50 ponto percentual e passa a ser de 11,25% ao ano. O BC (Banco Central) anunciou ontem à noite a alteração. De acordo com o professor José Nicolau Pompeo, que ministra aulas na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), essa é a primeira elevação de algumas neste ano.Ele explicou que a demanda interna cresceu. “É resultado do aumento da massa salarial, que refletiu no crescimento no crédito no País. E tudo isso estimulou o consumo”, explicou o professor da PUC-SP.A demanda aquecida proporcionou aumento na inflação, que ultrapassou o centro da meta do governo no ano passado. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 5,91% em 12 meses, contra meta de 4,5%.A elevação da Selic é um dos mecanismos que o BC tem para controlar o avanço dos preços. Em nota, a autarquia informou que a decisão foi unânime. E destacou que os efeitos “somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas”.A nota deixa o indício de que o BC fará novas altas neste ano, pois afirma que está “dando início a um processo de ajuste da taxa básica de juros”.Esta foi a primeira manobra do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) sob comando do novo presidente da autarquia, Alexandre Antonio Tombini. O mercado financeiro e os especialistas arriscavam que haveria aumento na taxa e já esperavam 0,50 ponto percentualA Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) afirmou ser contra a decisão. Para a entidade, a elevação levará os gastos do governo com juros para R$ 200 bilhões neste ano.CONTRA”O Brasil não pode mais ser penalizado com o crescente aumento da taxa de juros. Isso é um absurdo. Com esse dinheiro poderíamos viabilizar a construção de mais 390 mil casas do programa Minha Casa, Minha Vida, ou custear 2/3 do Bolsa Família no ano inteiro de 2011. Alternativamente, daria para o sistema de Saúde realizar 14 mil internações adicionais”, afirmou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, por nota.A Força Sindical também não concordou com o aumento. “Tivemos desnecessária alta dos juros, que seguem em patamar excessivamente elevado. Juros altos que seguem na contramão da produção, do crédito e do consumo”, declarou o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, por meio de nota. EXPLICAÇÃOPara o coordenador da área de economia aplicada do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), Armando Castelar, a decisão foi correta.”A inflação em 2010 foi alta. E as expectativas também estão elevadas. Temos uma pressão crescente nos preços dos serviços”, argumentou o especialista. Ele espera mais 1,50 ponto percentual neste ano.O conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia), Manuel Enriquez Garcia, concorda que a decisão foi correta. “A função dele é de guardião da moeda.” Quanto mais alta a inflação, menor o poder de compra do real.

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