Centrais sindicais voltam a se reunir com governo sobre o mínimo

31/01/2011 17:43

As centrais sindicais terão na próxima quarta-feira (2) mais uma reunião com o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, para uma nova rodada de discussão sobre o reajuste do salário mínimo, da correção da tabela do Imposto de Renda 2011 e do reajuste dos aposentados que recebem mais de um salário mínimo.

De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), a nova reunião é um sinal de que o governo ainda está disposto a negociar, apesar de ter dito que o salário mínimo será mantido em R$ 545.

– Essas três coisas [reajuste do salário, correção da tabela e reajuste a aposentados] serão negociadas e podemos aceitar um pouco mais para um lado ou para o outro se elas forem olhadas com um todo.

Especificamente sobre o reajuste do salário mínimo, o deputado diz que qualquer valor abaixo de R$ 560 será vetado no Congresso, obrigando assim o governo a rever o reajuste atual. A reivindicação das centrais sindicais é de que o mínimo em 2011 seja de R$ 580.

– Teria que ser acima de R$ 560. Porque a gente percebe que qualquer valor abaixo disso não será aprovado no Congresso.

A guerra de braço sobre o valor do reajuste do mínimo ocorre porque o governo aprovou o aumento com base na regra acordada há dois anos com as centrais sindicais, que prevê reajuste anual com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior somado à variação do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por uma nação) de dois anos antes. O problema é que em 2009 o PIB foi negativo, o que derrubou o reajuste.

As centrais, portanto, defendem tratamento diferenciado este ano em razão da crise financeira mundial.

Na última sexta-feira (28), em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff questionou se as centrais sindicais querem a manutenção do atual acordo para reajuste do salário mínimo, o que o manteria nos atuais R$ 545. Dilma defende a manutenção do acordo porque ele criou uma metodologia para a correção. Pela atual metodologia no ano que vem o reajuste seria maior, já que o PIB de 2010 teve crescimento próximo de 7%.

Para o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o reajuste de 2012 não inviabiliza a negociação em 2011.

– Ano que vem paga o reajuste, qual o problema?
Reivindicações das centrais

Além do reajuste do mínimo para R$ 580, as centrais sindicais defendem a correção da tabela do IR pela inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que em 2010 ficou em 6,47%.

Nas regras para o IR 2011 não havia correção alguma na tabela, mas após a primeira reunião com as centrais, na semana passada, o governo já admitiu a correção pela meta da inflação, ou seja, 4,5%.

Outro ponto é o reajuste aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Como eles não recebem o mesmo reajuste do mínimo, a proposta das centrais é que o governo conceda um aumento de 10% aos aposentados que ganham acima de um salário

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