31/01/2011 17:14
Em sua estreia internacional na Argentina, a presidenta Dilma Rousseff preferiu seguir à risca o protocolo. Com exceção do fato de ter chegado com cerca de uma hora de atraso ao encontro com sua colega argentina Cristina Kirchner, Dilma seguiu à risca o roteiro delineado por sua assessoria em sua primeira viagem ao exterior desde que tomou posse.
Como estava previsto, Dilma e Cristina não responderam a perguntas dos jornalistas no encontro que tiveram na Casa Rosada. Preferiram dar uma declaração ensaiada à imprensa que acompanhou o evento. Dilma, por exemplo, voltou a exaltar a importância da chegada de mulheres ao poder. “Nós primeiras presidentas eleitas nos nossos países também assumimos um papel importante na participação dos gêneros”, disse Dilma.
Ao falar sobre o tom do encontro, Dilma emendou: “Desculpem, mas é nosso primeiro encontro e estou um pouco emocionada”. A presidenta também aproveitou para elogiar o ex-presidente argentino Nestor Kirchner e falou rapidamente sobre a cooperação entre os dois países. “Devemos transformar o século 21 em século da América Latina”, afirmou.
Por conta de fortes chuvas que atingiram hoje a região da Casa Rosada, Dilma chegou com quase uma hora de atraso no encontro. Em seguida, a presidenta brasileira passou cerca de uma hora a portas fechadas com Cristina. Depois, ambas dirigiram-se a uma sala onde eram aguardadas pelas mães e avós da Praça de Maio.
Dilma teve o cuidado de cumprimentar todas as cerca de 20 mulheres que a aguardavam na Casa Rosada. Ex-militante torturada pela ditadura, Dilma pediu especificamente a sua equipe que incluísse o encontro com as mães e avós em sua agenda. A presidenta brasileira foi presenteada com uma caixa e um livro. Também ganhou um lenço, mas não o colocou na cabeça.
Na viagem que realiza nesta segunda-feira à Argentina, Dilma foi acompanhada dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Nelson Jobim (Defesa); Aloysio Mercadante (Ciência e Tecnologia); Fernando Pimentel (Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior); Iriny Lopes (Mulheres); Mário Negromonte (Cidades); Paulo Bernardo (Comunicações), além do interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o assessor especial, Marco Aurélio Garcia.
Dilma chegou nesta manhã à Argentina. A visita marca sua primeira viagem internacional desde que tomou posse do cargo. Do lado de fora da Casa Rosada, militantes se reuniram para aguardar a chegada da presidenta brasileira. Entre os presentes, a psicóloga Lilian Ruggia, de 56 anos, aguardava para tentar entregar uma carta à presidenta brasileira. No documento, a argentina – irmã de Henrique Ernesto, morto pelo Exército brasileiro em julho de 1974, em Foz do Iguaçu, quando tinha 18 anos – fazia um apelo pela abertura dos arquivos da ditadura militar.