Frei envolvido com adolescente é acusado de desviar R$ 800 mil

02/02/2011 09:11

O frei Erivan Messias, da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, de Cuiabá, preso ao deixar um motel em Várzea Grande na companhia de uma adolescente de 16 anos, já é “um velho problema na igreja Católica”. Antes do flagrante em Cuiabá, ele já havia se envolvido em Goiânia (GO) e também em Campo Grande (MS) pelos mesmos problemas. Por aqui, fez mais que seduzir adolescentes. Fontes ligadas a paróquia sustentam que o religioso teria desviado mais de R$ 800 mil. Neste momento, pelo menos quatro advogados atuam na sua defesa.

O dossiê contra o religioso é extenso. Em Goiânia, ele freqüentava motéis e sempre aparecia em festas acompanhados de menores de ambos os sexos. As estripulias do suposto religioso foi descoberto pela comunidade. Apesar da perplexidade, a denuncia acabou “sepultada” na própria igreja a partir da decisão de transferência dele para outro lugar. O destino foi Mato Grosso do Sul, cidade de Campo Grande.  Lá, a mesma história.

Há, porém, uma agravante: o religioso teria mantido relações sexuais com um transexual, que teria sido inclusive beneficiado com uma cirurgia paga as espensas da comunidade religiosa. Em Campo Grande, antes de deixar a paróquia para se refugiar em Cuiabá, o religioso ele era requisitado para celebrar as missas nas repartições e festas de aniversários de movimentos civis, como por exemplo os 70 anos da Missão Franciscana no Brasil.

Em Cuiabá o religioso assumiu a Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro Araés, formado por uma comunidade de relativo poder aquisitivo. Há informações de que ele saia regularmente com outras três adolescentes. Com o Gol branco, em nome de Mitra Arquidiocesana de Cuiabá, ele levava e buscava a “namorada” na escola todos os dias. A mensalidade do colégio, segundo o dossiê que pesa contra o frei, era também pago com o dinheiro da igreja. A adolescente detida na saída do motel em Várzea Grande  ainda teria ganho uma festa de 15 anos.

Nas férias, o frei viajou acompanhado da adolescente para Sergipe. O retorno aconteceu no ultimo dia 15. Uma parte da família da adolescente também viajou junto. Fontes garantem que a família da adolescente – que era órfã de pai – sabia e até apoiava o relacionamento.

“Os fieis cuiabanos  começaram a desconfiar do comportamento do padre logo que ele chegou aqui” – conta uma fonte. As desconfianças eram implementadas pelo sumiço de dinheiro destinado a reforma do templo e também para ações missionárias. Internamente, fiéis teriam cobrado uma posição do comando da Igreja Católica em Cuiabá, que, por sua vez, teria sugerido uma nova transferência do religioso. “Inconformados, os fiéis se uniram aos fiéis de Campo Grande e passaram a investigar” – disse.

Antes de levar o caso para a Polícia, os fiéis atuaram como detetives. Um rastreador teria sido usado para seguir a rotina do padre. Descobriram que ele freqüentava particularmente três motéis da cidade.

Os cálculos apontam que frei Erivan Messias teria desviado em torno de R$ 800 mil da igreja. “Os valores já foram confirmados pela Paróquia” – disse a fonte. Um exemplo da atuação do frei aconteceu em dezembro: a igreja teria arrecadado R$ 47 mil para a Campanha de Natal. Na contabilidade da igreja, porém, esse dinheiro se transformara em R$ 3.000,00. “Ao ser questionado, ele exasperou-se com a freira e administradores na secretaria da Paróquia” – contou a fonte.

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