06/02/2011 14:09
A 17ª Legislatura da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que teve início no último dia 1º, com a posse dos deputados eleitos e reeleitos, deverá ser marcada por confrontos entre os blocos formado pelos que defendem o Governo Silval Barbosa (PMDB) e os que se consideram “independentes”.
Neste último caso, são deputados que, nas eleições passadas, estiveram em palanques opostos ao do chefe do Executivo.
Dos 24 deputados, sete já manifestaram, publicamente, a intenção de form o denominado “Bloco Independente”. São eles: Dilmar Dal’Bosco (DEM), Guilherme Maluf (PSDB), Zeca Viana (PDT), José Domingos Fraga Filho (DEM), Luciane Bezerra (PSB), Luiz Marinho (PTB) e Percival Santos Muniz (PPS).
Os independentes se dividiram em dois blocos, como uma estratégia de conquistar maisespaço nas comissões permanentes do Legislativo. Mas, essa composição em bloco não significa oposição ao Governo, conforme deixou transparecer Guilherme Maluf.
“O nosso bloco é formando pelo PSDB, DEM e PTB – que, juntos, elegeram quatro deputados. Em conjunto, vamos marcar posição de independência. Vamos votar as matérias que entendemos que seja interesse do Estado, mas sem nenhum tipo de compromisso com o Executivo”, afirmou o tucano, em entrevista ao MidiaNews.
O mesmo discurso foi feito pelo deputado Dilmar Dal’Bosco, pois o democrata aguarda uma definição do seu partido quanto à possível aliança com o governador Silval Barbosa. O deputado José Domingos Fraga foi convidado para comandar a Secretaria de Agricultura Familiar. A definição se arrasta há dias, dada a intransigência dos “demos”, quanto à autonomia.
Especulações dão conta que os Democratas não devem aceitar o convite. Nas eleições passadas, o DEM foi oposição à candidatura de Silval, tendo, inclusive, o ex-deputado Dilceu Dal’Bosco como candidato a vice-prefeito, na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB).
O outro bloco é composto pelo PPS, PSB e PDT, que fizeram oposição nas eleições passada. Socialistas e pedetistas foram críticos ferozes do Governo e deverão manter esse posicionamento no Legislativo.
Clube de amigos
O outro bloco é composto pelos deputados Percival Muniz (PPS), Luciane Bezerra (PSB) e Zeca Viana (PDT). Em discurso durante a solenidade de posse, no dia 1º, Percival afirmou que a Assembleia não pode ser transformada em um “clube de amigos”. Ele destacou que será a “voz dos necessitados” dentro do Legislativo.
“Vou ser parlamentar para representar o cidadão que não tiver voz. Agora, se isso vai ser entendido pelo Governo como oposição ou situação, vai depender da conveniência. Se é negro, índio, operário, mulher, servidor ou quem quer que seja que precise de uma voz para repercutir na Assembleia, vou me propor a ser essa voz”, afirmou o líder do PPS.
Questionado se não teria dificuldade em criticar o Governo por ser minoria, Percival afirmou que contará com o apoio da imprensa, para repercutir suas falas da tribuna e, consequentemente, formar opinião.
“Vamos alertar para os problemas que o Estado tem e que a população precisa trazer para dentro da Assembleia. Vou fazer uso da tribuna, pois dessa ferramenta não podem me proibir. A tribuna está aí, vamos falando e a imprensa repercutindo e com a imprensa presente, vamos falando e repercutindo. Assim, vai se formando a opinião pública e as coisas mudando, por isso acredito na democracia”, disse.
Outra integrante do bloco é a deputada Luciane Bezerra. Seu partido, o PSB, fez oposição a Silval, lançando uma candidatura própria ao Governo, encabeçada pelo empresário Mauro Mendes. O socialista ficou em segundo colocado nas últimas eleições.
Luciane também declarou ser oposição ao presidente da Mesa Diretora, José Riva (PP), pois são adversários políticos e disputam a mesma base eleitoral, o município de Juara (709 km ao Norte de Cuiabá).
Foi dele o único voto contra a eleição de Riva. A justificativa está no fato de não ter participado da chapa da Mesa Diretora.
“Votei contra, pois não concordo com a mesmice. Acho que o novo tem que ter espaço. Estou vindo com uma visão diferente, sou a única mulher da Casa e queria fazer parte da chapa. Já havia dito quem se não participasse, meu voto seria contrário”, afirmou a socialista.
Posições definidas
Zeca Viana, do PDT, não foi localizado para manifestar sua opinião. Seu partido também foi oposição nas eleições passadas: se aliou ao PSB de Mauro Mendes e elegeu senador o ex-procurador da República, Pedro Taques.
Dilmar Dal’Bosco também não foi encontrado pela reportagem para opinar sobre a formação do bloco. Mas, o DEM está em cima do muro: não decide se vai ser aliado do Governo ou se se manterá na oposição.
Igualmente não localizado, Luiz Marinho (PTB) é uma incógnita. Seu partido, liderado pelo prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, tem buscado uma aproximação com o governador Silval.