Surdez estaria ligada à demência entre as pessoas idosas

16/02/2011 07:52

As pessoas mais idosas com problemas de surdez podem ter uma probabilidade maior de sofrer demência e esse risco aumenta à medida que a perda auditiva se agrava, segundo uma investigação divulgada nas últimas horas.

Cientista da Faculdade de Medicina Johns Hopkins (Maryland) realizaram o estudo com 639 pessoas com idades variando entre 36 e 90 anos que não sofrem de demência. Os participantes do estudo foram inicialmente submetidos, de 1990 a 1994, a estudos para avaliar seu funcionamento mental e suas capacidades auditivas.

Depois foi realizado um acompanhamento até o final de maio de 2008 e avaliados novamente para determinar se sofriam do Mal de Alzheimer ou de outras formas de demência. Do total dos objetos do estudo, 125 estavam afetados com uma leve deficiência auditiva, 53 estavam moderadamente surdos e seis deles padeciam de uma importante perda auditiva.

Durante um exame realizado em um período médio de 11,9 anos, os autores do estudo, publicado na edição de fevereiro da revista médica americana Archives of Neurology, diagnosticaram 58 casos de demência, entre os quais 37 com o Mal de Alzheimer. Eles estabeleceram uma correlação entre o envelhecimento, a perda da audição e o aumento do risco de senilidade.

Desta forma, entre os participantes de 60 anos e mais, 36,4% do risco de demência estavam vinculados a uma perda da audição, indica a pesquisa. Além disso, o risco de desenvolver o Mal de Alzheimer aumenta 20% para cada dez decibéis de perda de capacidade auditiva.

“Inúmeros mecanismos poderão teoricamente ter um papel explicando a observação de um vínculo entre a surdez e a demência”, destacou dr. Frank Lin, principal autor destes trabalhos. Um certo número de casos de demência poderá ser diagnosticado sem motivo entre as pessoas surdas ou indivíduos poderão ser considerados surdos sem motivo. Mas as duas patologias poderão resultar de um processo neuropatológico comum.

“No fim, a perda da audição pode estar vinculado à demência possivelmente em consequência de um esgotamento das capacidades mentais e do isolamento social ou e uma combinação de ambos”, afirmaram os autores destes estudos.

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