ALL concretiza nova etapa da obra para expansão da ferrovia no MT e atrai investidores

18/02/2011 17:07

Com a previsão de início de operação de mais um trecho da Malha Norte da ALL – América Latina Logística, que chega este ano em Itiquira (MT), as empresas produtoras da região já visualizam ganhos de rentabilidade com a adoção de uma logística com base ferroviária. Pensando no mercado potencial da região, a Seara está investindo R$ 40 milhões na construção de um terminal graneleiro intermodal para o transbordo de soja, milho, sorgo e farelo destinados à exportação.

Já em construção, o terminal, que deve entrar em operação em agosto, irá atender os produtores da região e terá capacidade estática de 100 mil toneladas. A movimentação estimada é de 2,5 milhões de toneladas ano.

De acordo com o diretor de logística da Seara, Jorge Yoshii, o projeto é positivo, não só para a logística da empresa, mas para toda a região. “O terminal irá viabilizar o escoamento através do modal ferroviário, melhorando o resultado da operação e diminuindo o tráfego de caminhões para os principais portos de grãos do País – Santos, Paranaguá e São Francisco. Isto é, o terminal irá trazer competitividade a todos os produtores da região norte do MS e MT”, explica.

Integrando a Malha Norte da ALL, o trecho ferroviário que chega em Itiquirafaz parte do Projeto Rondonópolis, que irá ligar Alto Araguaia a Rondonópolis, ampliando em 260 quilômetros a extensão da malha ferroviária da empresa. O Projeto Rondonópolis soma investimentos totais da ALL de R$ 700 milhões.

“A ALL aposta no crescimento da região Centro Oeste, viabilizado pela melhoria da infraestrutura logística para ampliar sua movimentação de soja, milho, açúcar, algodão, madeira de reflorestamento, contêineres e combustíveis”, revela Leonardo Azevedo, executivo da ALL.

Neste sábado (19.02), às 9h, o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, participa da solenidade de início das obras de construção do terminal de Itiquira. O evento contará com a presença do presidente da ALL, Paulo Basílio, responsável pela construção e administração da ferrovia no Estado e o presidente da Seara, Santo Zanin.

Terminal de Itiquira – O terminal de Itiquira terá aproximadamente 6 km de extensão, com uma área de quase 70 hectares. A obra irá gerar 210 empregos, abrangendo a manutenção da via férrea, funcionamento do terminal, operadores e maquinistas. O novo trecho irá movimentar, após sua conclusão, o equivalente a 2,5 milhões de toneladas/ano de soja em grãos, óleo de soja, milho, álcool, algodão, madeira de reflorestamento, contêineres frigorificados e derivados de petróleo, tudo circulando a uma velocidade de até 85 km/hora, em bitola larga, dentre sete pátios de cruzamento.

Parcerias

Para agilizar o atual sistema de saúde de Itiquira, a ALL e suas parceiras, contrataram uma enfermeira para compor o quadro de atendimento do Hospital Municipal Osnir Bortolini. Com a chegada dos colaboradores responsáveis pela construção da ferrovia, a demanda na área de saúde pode aumentar, então faz-se necessária a parceria para que a Secretaria de Saúde mantenha seu ritmo e garanta o rápido atendimento à população local.

Também, por meio de convênio firmado com a Prefeitura Municipal de Itiquira, a ALL reestruturou o Viveiro Municipal de Mudas, realizando a limpeza, criação de novos canteiros, campanhas de coleta de sementes nativas e identificação das espécies. Com isso, o viveiro aumentou a capacidade de produção de 2 mil para 5 mil mudas ao mês. Do total produzido, parte é utilizada pela Prefeitura na arborização urbana, e o restante segue para a obra de construção da ferrovia, recompondo e fortalecendo áreas de preservação permanente. O viveiro também foi adaptado para receber visitas de escolas e Universidades e conta com profissional habilitado para passar informações sobre germinação, plantio, coleta de sementes, entre outras, relativas à ecologia e botânica.

Atendendo ainda as premissas do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -, a ALL realiza diversos programas ambientais como parte do licenciamento da obra, como o monitoramento da fauna local. Este acompanhamento é realizado com frequência nos períodos tanto de chuva quanto de seca, antes e durante a construção da ferrovia, a fim de quantificar as espécies da região e acompanhar seu desenvolvimento no decorrer da obra. Para a realização dos estudos, profissionais de diversos ramos da zoologia se instalam em áreas do cerrado próximas à ferrovia, onde monitoram aves, répteis e mamíferos por meio de imagens e sons.

Educação

No ano de 2010, representantes da ALL doaram aproximadamente 400kg de alimentos à Creche Municipal Branca de Neve. Com a ajuda, a creche complementou a merenda oferecida pela rede municipal de educação, a fim de proporcionar melhor rendimento educacional e qualidade na alimentação dos estudantes.

Foi criado um fórum de educação ambiental que tem como público alvo os professores da rede municipal e estadual, que se reúnem com representantes da ALL para discutirem assuntos relacionados ao Meio Ambiente. A companhia também desenvolveu uma campanha educativa direcionada aos alunos das escolas públicas do Município de Itiquira, para a criação do nome para o símbolo do projeto, o mascote Alluísio. A escola e o aluno vencedor receberam como prêmio um computador.

A empresa realiza ainda, campanhas de combate a dengue, com a conscientização da comunidade por meio de folders educativos e orientações dadas pelos colaboradores da ALL. As campanhas são sazonais e serão mantidas pela empresa durante toda a duração do projeto de construção da ferrovia.

Projeto Extensão Malha Norte

As obras do Projeto Expansão Malha Norte estão avançadas em toda a sua extensão. Cerca de 115 quilômetros estão totalmente em obras. Desse trajeto, 95 quilômetros de infraestrutura já se encontram concluídos e mais de 20 de superestrutura (dormentes e trilhos) já foram executados. O trecho possui duas grandes pontes que também estão com obras aceleradas.

O projeto é dividido em três segmentos. O primeiro tem cerca de 13 quilômetros, o segmento II mede 162 km, e o último é de aproximadamente 75 km. A ALL já possui liberação do IBAMA de dois dos três segmentos, restando apenas a licença de 76 quilômetros do terceiro, que está em análise pelo instituto. A companhia aguarda a emissão da licença e planeja o início da obra nesse trajeto para março de 2011.

Os quilômetros licenciados pelo IBAMA já somam 175 de um total de 250. Hoje, as obras já se aproximam da comunidade de Mineirinho, localizada entre Itiquira e Rondonópolis. Recentemente, foram concluídas duas grandes obras de Terra Armada (placas de concreto verticais que diminuem a área do aterro, afetando uma área muito menor nas APPs). Essas obras foram propostas pela a ALL como uma alternativa tecnológica para diminuir o impacto e obter a licença ambiental.

Foi instalada uma fábrica de dormentes de concreto em Alto Araguaia, que está operando a todo o vapor, com uma produção de mais de 600 dormentes/dia, de um total de 400 mil que serão utilizados na construção da ferrovia.

Com investimento de R$ 700 milhões, a ALL garante cerca de 1,8 mil colaboradores trabalhando constantemente. O número expressivo de funcionários é necessário pela dimensão da obra e do prazo para a entrega do resultado final. As expectativas apontam que, após a conclusão dos trabalhos, cerca de 750 empregos diretos serão gerados, entre os cargos de maquinistas, operadores, responsáveis pelo setor de manutenção de vias, vagões, locomotivas, terminais, entre outros.

A obra possui inúmeras fases por todo o seu perímetro, envolvendo infraestrutura e superestrutura. Para tanto, investimentos altos são feitos em contratações, terraplanagem, limpeza da área, drenagem, entre outros. São mais de 130 máquinas trabalhando no desenvolvimento da ferrovia no Estado. Entre elas, 17 escavadeiras hidráulicas, 15 rolos compactadores, 60 caminhões basculantes, 20 tratores de esteira e agrícola, seis motoniveladoras e nove caminhões pipa. Até hoje, foram aplicados em torno de 15 mil dormentes.

A ALL se preocupa com o meio ambiente e cumpre o compromisso de preservá-lo. Por isso, acatando as exigências do Ibama, a empresa utiliza uma técnica já usada em outras Áreas de Preservação Permanente (APP), conhecida como “aterro armado”. O processo consiste em fabricar placas de concreto em ato simultâneo à terraplanagem. Além disso, bueiros são substituídos por galerias ecológicas, com dimensões de 2,5 x 7 metros e fundo natural, sem o uso de laje, para manter o possível das condições naturais.

A ALL foi além e implantou programas ambientais de acompanhamento da obra nos trechos licenciados, visando controlar erosões, garantir a qualidade das águas e zelar pelas áreas úmidas. A empresa também cuidou para que o monitoramento da fauna fosse rigoroso, bem como a recomposição das áreas possivelmente degradadas.

Perfil ALL

Maior empresa independente de serviços de logística da América Latina e maior companhia ferroviária do Brasil, a ALL – América Latina Logística possui uma malha de 21.300 mil quilômetros de extensão, que abrange os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e nas regiões de Paso de los Libres, Buenos Aires e Mendoza, na Argentina. Opera uma frota de 1.095 locomotivas, 31.650 mil vagões e 650 veículos rodoviários, entre próprios e agregados, e conta com unidades localizadas em pontos estratégicos para embarque e desembarque de carga.

Fundada em 1997, com a concessão da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), para atuar na malha sul do país, vem ampliando sua atuação em um histórico sem precedentes de expansão e aquisições no setor de logística brasileiro. Em 1999, adquiriu as ferrovias argentinas MESO e Central e em 2001 integrou os ativos da operadora rodoviária Delara. Com a incorporação da Brasil Ferrovias em 2006, incluiu em suas operações o acesso ao Porto de Santos passando a atuar nos maiores corredores de exportação de commodities e nas mais importantes regiões industriais do país.

Perfil Seara

Estabelecida a mais de 60 anos, a SEARA atua no seguimento de comercialização de cereais para o mercado interno e exportação, e para tanto possui 31 filiais e escritórios de recebimentos nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

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Economia