Estrela de 100°C pode ser a mais fria já descoberta

24/03/2011 19:22

Astrônomos descobriram a partir de observações feitas com o telescópio VLT (Very Large Telescope, ou Telescópio Muito Grande, em tradução livre), que fica no Chile, o Telescópio Keck II e o Telescópio Canada-France-Hawaii (ambos no Havaí) uma estrela que pode ser a mais fria já registrada. A temperatura do astro seria de aproximadamente 100°C, o ponto de ebulição da água.

Segundo o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), as anãs marrons são estrelas falhas – não possuem massa em quantidade suficiente para que a gravidade dê origem às reações nucleares que fazem as outras estrelas brilharem. O astro recém-descoberto, identificado como CFBDSIR 1458+10B, faz parte de um sistema binário composto por ele e outra anã marrom e que fica situado a “apenas” 75 anos-luz da Terra.

A temperatura da estrela foi medida com o espectrógrafo X-shooter, montado no VLT, que registra o espectro infravermelho da luz. “Ficamos muito entusiasmados ao descobrir que este objeto tinha uma temperatura tão baixa, mas estávamos longe de imaginar que era um sistema duplo e que possuía uma componente ainda mais fria, tornando-o assim ainda mais interessante”, diz Philippe Delorme do Institut de Planétologie et d’Astrophysique de Grenoble (CNRS/Université Joseh Fourier), coautor do artigo científico que relata os resultados do estudo.

Por causa da baixa temperatura, os astrônomos esperam que a estrela tenha características diferentes de suas irmãs marrons e se comporte mais como um exoplaneta gigante – os cientistas especulam que ela poderia ter, inclusive, nuvens de águas na atmosfera. “De fato, assim que começarmos a obter, num futuro próximo, imagens de planetas gasosos gigantes em torno de estrelas semelhantes ao Sol, penso que muitos deles se parecerão com CFBDSIR 1458+10B”, diz Michael Liu do Instituto de Astronomia da Universidade do Hawaii, principal autor do artigo.

Outras duas anãs marrons descobertas recentemente a partir de observações do Telescópio Espacial Spitzer “competem” com CFBDSIR 1458+10B pelo título de estrela mais fria, mas elas ainda não tiveram a temperatura exata medida.

fonte: Terra

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