09/04/2011 09:13
Em meio à crise da votação do salário mínimo, o primeiro embate enfrentado pela presidente Dilma Rousseff com o Congresso Nacional, nos 100 primeiros dias de sua gestão, a petista teve a oportunidade de escalar a tropa de choque governista e cobrar das siglas aliadas fidelidade à posição do governo federal. O esforço e a firmeza demonstrados por ela neste primeiro grande embate com o parlamento, na avaliação de cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado, deu mostras de como será a relação da presidente com o Congresso Nacional daqui para frente. Ela deve manter diálogo permanente com o Senado Federal e com a Câmara dos Deputados e deve condicionar espaço em sua administração ao apoio das siglas às propostas do governo federal.
Na avaliação dos especialistas, a presidente foi bem-sucedida em sua primeira celeuma com o Congresso Nacional. De acordo com eles, ela conseguiu pacificar as bancadas aliadas e foi habilidosa ao esperar a votação de projetos de interesse do governo federal para iniciar a indicação do segundo escalação. “Ela fechou a porteira até que os projetos fossem votados”, ressaltou o professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marco Antonio Carvalho Teixeira, segundo o qual, neste ponto, a atuação da presidente se diferenciou à observada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Até o presente momento, ela foi bastante habilidosa, não negociou espaço antes que a base governista votasse os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e conseguiu manter uma coesão.”
O especialista da FGV lembrou ainda que a presidente conseguiu contornar a crise deflagrada entre o Palácio do Planalto e o PDT, por conta de dissidências na votação da proposta de R$ 545 para o salário mínimo. “A sensação que ficou é de que ou faz parte da base ou não faz parte da base.” No episódio, o PDT não foi convidado a participar da reunião com líderes da base aliada, o que deu margem a especulações sobre a permanência no cargo do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Encontro com BONO
Nessa sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff e integrantes da banda U2 oraram na capela do Palácio da Alvorada pelas crianças mortas em escola do Realengo, no Rio. Foi o vocalista da banda, Bono Vox, quem relatou em entrevista o momento de homenagem às vítimas. Bono e os demais integrantes do U2 permaneceram três horas no Alvorada, onde almoçaram com a presidente. Bono, que mantém programas sociais, contou que conversou com Dilma sobre as ações de combate à pobreza e como o mundo pode aprender com os êxitos das ações tomadas no Brasil.
fonte: GAZ