Brasil precisa fazer mais para conter alta do real, diz BNDES

12/04/2011 09:50

O Brasil precisa fazer mais para impedir o fortalecimento do real porque a valorização da moeda pode causar problemas para a economia, afirmou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, nesta terça-feira.
Em meio à viagem da presidente Dilma Rousseff à China, em que ela deve manifestar preocupações sobre como importações de produtos baratos da China têm prejudicado a indústria brasileira, Coutinho afirmou que o Brasil deveria buscar soluções próprias em vez de culpar a China.

Para começar a lidar com o problema, o governo precisa trabalhar mais duro para conter a alta do real, afirmou Coutinho à Reuters, em entrevista.

“Temos que utilizar nossas ferramentas disponíveis para mitigar a apreciação excessiva”, disse ele. “Eu creio que o Banco Central e o Ministério da Fazenda estão tentando fazer isso e acho que eles deveriam intensificar esse tipo de ação para impedir apreciação excessiva.”

O real subiu na semana passada para o nível mais alto contra o dólar desde agosto de 2008, depois que o mercado desconsiderou as últimas medidas do governo para taxar investidores que estão lucranDo com o juro de dois dígitos do país.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem tentado conter a contínua alta do real com uma série de medidas, incluindo impostos sobre empréstimos estrangeiros e outros controles de capitais, mas a ameaça de novas medidas parece ter perdido sua força.

Apesar de ser inevitável que investimentos fluam para uma economia em rápido crescimento como a do Brasil, o governo deveria emitir barreiras mais fortes contra dinheiro especulativo, disse Coutinho.

“Temos que selecionar os fluxos de capital benignos que ajudam a desenvolver a economia brasileira das atividades especulativas de curto prazo que, de certa maneira, são prejudiciais já que exageram a tendência de valorização da moeda”, disse ele.

Outras medidas para melhorar a competitividade brasileira incluem investimento em logística e promocação da inovação, disse Coutinho. 

fonte: Reuters

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