Director do FMI nega acusação de agressão sexual

15/05/2011 10:43

O director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o socialista francês Dominique Strauss-Kahn, foi detido sábado à noite em Nova Iorque, acusado de agressão sexual a uma empregada de um hotel.

Segundo um porta-voz da polícia nova-iorquina, Strauss-Kahn, até agora um provável candidato à presidência de França pelo Partido Socialista, foi detido no Aeroporto Internacional John F. Kennedy poucos minutos antes de embarcar num voo para Paris, estando acusado de “actos sexuais criminosos, incluindo tentativa de violação e sequestro”.
O New York Times adianta que os incidentes aconteceram nessa mesma tarde, num hotel em Times Square. Segundo diferentes relatos, Strauss-Kahn, de 62 anos, terá surgido da casa de banho sem roupa e agarrado a empregada, lançando-a sobre a cama e forçando-a à prática de sexo oral.
A empregada conseguiu libertar-se e fugir do quarto, enquanto o economista francês, que é casado com a popular apresentadora de televisão francesa Anne Sinclair, se vestia e dirigia rapidamente para o aeroporto, onde acabaria por ser retirado do avião poucos minutos antes da sua partida.
O advogado que o representa neste caso, já anunciou que o economista “declara-se inocente” de todas as acusações de que é alvo.
Dominique Strauss-Kahn ocupou diversos cargos de governação em França e apareceu nalgumas sondagens como o socialista mais bem posicionado para vencer o actual Presidente da França, Nicolas Sarkozy, nas próximas eleições, o que tem feito dele um provável candidato à presidência francesa pelo Partido Socialista.
Esta não, no entanto, a primeira controvérsia em que se vê envolvido. Em Outubro de 2008 foi obrigado a pedir publicamente desculpa por ter mantido uma relação com uma economista do FMI, que era sua subordinada. Um inquérito interno ilibou-o das suspeitas de assédio sexual e abuso de poder, apesar de ter sido repreendido por conduta imprópria pelo conselho superior do FMI.
Choque em França
A notícia está a provocar grande comoção em França, onde a detenção promete ter fortes impacto político, quando falta menos de um ano para as presidenciais. A secretária-geral do PS francês, Martine Aubry, emitiu esta manhã um comunicado, afirmando que a detenção surgiu “como um raio” a política nacional e pede ao partido para se manter “unido”. Apesar de se declarar “estupefacta” com a acusação, Aubry lembra que DSK, como é conhecido em França, tem direito à presunção de inocência.
Já antes, a socialista Segolene Royal, que já anunciou a intenção de se voltar a candidatar à presidência, garantiu que “não vai aproveitar o que aconteceu em benefício próprio”, sublinhando que Strauss-Kahn e a sua família devem ser respeitados.
Mas Marine Le Pen, líder da Frente Nacional e possível candidata do partido de extrema-direita às eleições, deixou claro que a corrida para as presidenciais se alterou irremediavelmente. “Este caso e estas acusações marcam o fim da pré-campanha de e Strauss-Kahn vão certamente levar o FMI a exigir a sua demissão”, afirmou.
A UMP, o partido do Presidente Nicolas Sarkozy, mostrou-se mais contido. O ministro do Comércio, Pier Lellouche, afirmou que DSK, como é conhecido nos meios políticos franceses, “tem o direito à presunção de inocência”, mas a confirmar-se a veracidade das alegações “será desastroso”. Já o deputado da UMP Renaud Muselier considerou todo este caso “um desastre para a imagem da França” e irá “mudar completamente o jogo nas presidenciais”.

Fonte:Publico Pt

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