Campanha estimula servidores do MMA a reciclar óleo de cozinha

01/06/2011 08:32

Para iniciar as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), a equipe da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem mobilizando seus servidores, desde o dia 23 de maio até 3 de junho, a trazerem de casa o óleo de cozinha usado acondicionado em garrafas plásticas, como embalagens de produtos de limpeza e de refrigerantes. O objetivo é contribuir para a destinação apropriada desse resíduo e mostrar que há alternativas de reutilização que podem gerar emprego e renda para populações carentes.

Prova disso é o projeto Biguá – fruto de ação conjunta entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Administração Regional do Varjão (região administrativa do Distrito Federal) -, que, desde 2007, mobiliza comunidades de baixa renda a praticarem atividades voltadas à recuperação e reciclagem de resíduos, e receberá todo o óleo coletado no MMA.

O projeto recolhe o óleo doado pela comunidade do Distrito Federal e destina-o como matéria prima a grupos de mulheres que o transformam em sabão. Esse apoio é firmado após a realização de curso para fabricação do sabão e conscientização das artesãs quanto aos danos causados pelo derramamento de óleo nas redes de esgotos. Isso faz com que a cadeia de descarte do óleo de uso doméstico seja quebrada e, consequentemente, a quantidade deste resíduo despejado no esgoto a ser tratado diminua.

A partir do Projeto, 50 pessoas começaram a trabalhar na fabricação de sabão, com geração de renda de mais de R$ 73 mil. Outras 30 artesãs já fizeram a oficina e, aos poucos, serão inseridas no Projeto. Desde 2007, a Caesb coletou 6.100 litros de óleo e as artesãs outros 2.400 litros. Segundo a Caesb, esse volume de óleo deixou de poluir 1.180.000 m³ de água, o que representa 0,24% do volume total de água do Lago Paranoá.

Além disso, com o crescimento do projeto e o aumento das doações de óleo, a Caesb firmou parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para reaproveitar o resíduo na produção de biodiesel, combustível que abastece inclusive a frota de veículos da Caesb.

Danos – Para quem ainda não sabe, o descarte inadequado do óleo usado na pia da cozinha gera impacto direto nas redes de esgoto, que incorpora parte desses resíduos desnecessariamente. Isso reduz a eficiência do processo de tratamento da água, o que aumenta os riscos ao meio ambiente e à qualidade de vida.

Informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostram que um litro de óleo polui 200 litros de água, provocando danos ambientais desde seu primeiro contato com o local de descarte.

A3P – A iniciativa do MMA faz parte da campanha interna “De quem é a responsabilidade?”, iniciada pela A3P em 2009, com o objetivo de sensibilizar servidores e trabalhadores em geral do MMA a reduzirem o descarte inadequado deste tipo de resíduo e a adotarem práticas socioambientais.

Essa foi apenas a primeira ação do Ministério neste ano com seu público interno e muitas outras estão por vir para aumentar a conscientização sobre a destinação ambiental mais correta dos resíduos, principalmente agora que o Brasil possui uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (sancionada no final de 2010), e que o País se prepara para implantar a coleta seletiva, a logística reversa e acabar de vez com os lixões, substituindo-os por aterros sanitários até 2014.
fonte:  MMA

Tags: