ONU quer zerar novas infecções do HIV até 2020

09/06/2011 14:00

Na abertura da Seção Especial de Alto Nível sobre Aids das Nações Unidas, a UNGASS, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (à esquerda na foto), propôs como meta zerar o número de novos casos de HIV até o final desta década. Líderes dos países africanos, que marcam presença maciça no evento de três dias, reivindicaram mais ajuda financeira para o combate à disseminação do vírus e para o tratamento.

“Esta reunião é um chamamento histórico à ação. Precisamos que todos os parceiros se reúnam numa solidariedade global nunca vista”, disse Ban.

A conferência de alto nível reúne, na sede das Nações Unidas, cerca de 3 mil especialistas, diplomatas, ativistas, autoridades e chefes de Estado. Nesta sexta-feira, no encerramento, será aprovado um documento final estabelecendo uma meta e um compromisso para a compra de medicamentos. Os países pobres estão pressionando para que o compromisso alcance todas as 9 milhões de pessoas que ainda necessitam de tratamento.

“Dizer que o financiamento é crítico para o sucesso de nossa resposta é dizer pouco. Muitos países, incluindo o meu, não conseguirão alcançar seus objetivos nem as Metas do Milênio sem apoio”, disse Goodluck Jonathan, presidente da Nigéria, o país com o segundo maior número de infectados.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota falou sobre a parceria estabelecida pela Fiocruz com Moçambique para a implantação de uma fábrica de medicamentos genéricos usados no coquetel antiaids. Ele citou também a ajuda do Brasil a Gana, Burundi, Botsuana e Nigéria.

O diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids), Michel Sidibé, destacou a necessidade de uma agenda transformadora, que inclua o combate à discriminação e à violência contra as mulheres e meninas.

A secretária nacional da Comissão de Aids da Indonésia, Nafsiah Mboi, chamou atenção em um dos painéis de debate da tarde dessa quarta-feira, ao defender que, para alcançar a meta, será necessário atingir os “4Ms”, que, segundo explicou, são homens (Man) com mobilidade (Mobility) e dinheiro (Money) em um ambiente machista (Male).

“Esses homens não são discriminados nem estigmatizados, mas eles são os responsáveis pela disseminação da doença. Eles acham que é direito ter relações sexuais com qualquer um, a qualquer hora, sem camisinha. Infecção zero entre esses homens significaria também zero infecção entre mulheres e bebês”, disse Nafsiah Mboi.

Fonte: O Globo

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