Países pobres vão receber três mil milhões de euros para vacinas

13/06/2011 18:35

Liderados por um país e uma pessoa – o Reino Unido e Bill Gates – dadores internacionais prometeram 4,3 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros) para a compra de vacinas contra doenças potencialmente fatais, como a diarreia e pneumonia para crianças de países pobres.

As contribuições individuais do Reino Unido (900 milhões de euros) e de Bill Gates (693 milhões de euros) ajudaram a fazer com que os montantes prometidos daqui até 2015 ultrapassassem os 2,5 mil milhões de euros que a Global Alliance for Vaccines and Immunisation (GAVI, na sigla em inglês) tinha como objectivo. Também contribuíram meses de “lobbying” levados a cabo por Bill Gates junto de países ricos, empresas e organizações de caridade, diz o diário britânico “The Guardian”.

Estas verbas deverão traduzir-se na vacinação de mais de 250 milhões de crianças dos países mais pobres do mundo, ajudando a prevenir mais de quatro milhões de mortes prematuras, segundo a GAVI.

“É a generosidade humana no seu melhor”, comentou o fundador da Microsoft, Bill Gates, que ajudou a estabelecer a GAVI há cerca de dez anos. “Pela primeira vez na História, as crianças dos países em desenvolvimento vão ter acesso às mesmas vacinas contra diarreia e pneumonia do que as crianças nos países ricos”, congratulou-se o milionário-filantropo.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que tem defendido o aumento de ajuda externa do país em tempos de cortes nas despesas do Estado, sublinhou que a contribuição britânica ajudará a salvar a vida de 1,4 milhões de crianças, segundo o “Guardian”. “É uma criança vacinada a cada dois segundos por cinco anos. É a vida de uma criança salva a cada dois minutos. É isto que o dinheiro do contribuinte britânico vai fazer”, defendeu Cameron. O primeiro-ministro acrescentou que a ideia de crianças morrerem de doenças que podem ser prevenidas como pneumonia ou diarreia deveria ser “impensável” em 2011.

A seguir ao Reino Unido e a Bill Gates, os maiores contributos vieram da Noruega, com cerca de 470 milhões de euros, Austrália, com 103 milhões, e Japão, com 6,2 milhões (na sua primeira contribuição para o fundo).

Até agora, a GAVI estava a enfrentar um buraco financeiro também por causa dos altos preços que pagava às farmacêuticas pelas vacinas. Algumas, entre elas a GlaxoSmithKlein, anunciaram reduções significativas dos preços de algumas vacinas.

Fonte:PublicoPt

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