31/07/2011 20:26
Como já dizia Raul Seixas eu devia estar alegre e satisfeito, de morar em Cuiabá e porque teremos um modal de transporte, só que como o mesmo Raul, não posso ficar sentado esperando a morte, ou melhor o transporte chegar.
Se na semana passada a situação podia ser retratada pelo “samba do crioulo doido” nessa semana, haja conjecturas para avaliar a loucura plena que grassou nas últimas “24 horas”.
Técnicos, “in off” afirmam que o veto ao VLT se volta para o real custo de implantação (obras de engenharia – aquisição dos veículos – desapropriações e manutenção e gerenciamento) que superaria R$ 2.000.000.000,00 (Dois bilhões de reais), isso mesmo, uma cifra com onze zeros e que não interligaria o número ideal de bairros, via de consequência, não teria passageiros em quantidade que possibilitasse melhor custo benefício.
Só que ninguém ligado à Agecopa – Assembleia Legislativa – Governo do Estado vem a público apresentar esses números. E o mais sintomático do descaso atribuem o veto, ao VLT, sem maiores explicações, ao Governo Federal.
Por seu lado o Governador, divulga às pressas, que em dez dias, após o provável veto, dará início às obras do BRT! Ora, essa declaração não deve ser considerada ao pé da letra ou mesmo verossímil. É público e notório que qualquer um que venha ser o modal de transporte há umbilical ligação com as obras a cargo e de responsabilidade do DNIT. E essas estão paradas.
Não temos nenhuma obra de desbloqueio que possa ser havida como em conclusão ou em vias de tal! As chamadas obras de desbloqueio necessárias para o fluxo do tráfego, durante a realização da obras da mobilidade urbana e opção no futuro, não existem, embora a responsabilidade ao que consta é do Governo do Estado.
Não é possível que brinquem de fazer obras com factóides, a coletividade de mato Grosso está exigindo fatos e ações, sob pena de em 12 de junho de 2014 não termos nada, além da Arena do Pantanal, que dia a dia cresce e merece nos aplausos.
Ocorre e todos sabemos que a Copa de 2014 não é só possuir um belo e moderno templo para o exercício do jogo. É muito mais, e via de consequência, exige o cumprimento do caderno de encargos que apresentaram à FIFA.
Quem em sã consciência pode admitir que em dez dias teremos o início das obras? As desapropriações ainda estão pendentes de estudos técnicos e de avaliação. As licitações a cargo do DNIT estão suspensas. As obras a cargo do Estado e dos Municípios são segredos guardados sob pesada lápide. Como deixar que se publique tamanho disparate quanto ao início das obras?
Ainda acredito que os homens que submeteram seus nomes e suas habilidades em prol do evento possuam brio e admitam que embora desejem com grande ardor a realização da Copa no Pantanal, não estão suficientemente aptos ao desempenho de suas atuais funções.
Há indefinição, há desinformação, há dúvidas, faltam esclarecimentos, faltam obras, faltam relatórios e responsabilidade social pelos operadores dessa função pública destinada à realização da Copa de 2014. Gostaria de escrever que as escolhas das pessoas e das obras são excelentes. Gostaria de tecer elogios aos componentes da Agecopa, do Governo e dos Alcaídes de Cuiabá e Várzea Grande, ocorre que no momento isso está inviabilizado por eles mesmos.
Já que está tudo como o samba do crioulo doido, darei minha colaboração. Agora, só falta que a parte invisível das obras seja também indefinida e de má qualidade. Qualquer leigo sabe que a base de concreto de alta durabilidade exige componentes sólidos e não reagentes ao calor e umidade, utilizando, principalmente pedra britada de origem granítica, vedando-se a utilização e brita de origem calcária.
Voltarei ao tema “pedra britada”, com dados técnicos que demonstrarão porque nosso asfalto é tão frágil. Ah ia esquecendo, a pista do Aeroporto que sofre com pousos e decolagens de aviões bem mais pesados que nossos automóveis é feita com granito britado, daí que lá não se tem tapa buracos. No Estado de São Paulo é vedada a utilização de brita calcária em obras públicas e particulares.
Por:Álvaro Marçal Mendonça – Advogado e Corinthiano