Exportação de vinho cresce 40% no primeiro semestre de 2011

08/08/2011 08:59

As exportações de vinhos cresceram 40% no primeiro semestre de 2011. A China aparece pela primeira vez entre os dez maiores compradores dos vinhos nacionais. O Projeto Setorial Integrado Wine of Brasil, que visa posicionar o produto brasileiro no mercado internacional, está comemorando os resultados.

Desde 2008, o foco do projeto é inserir as marcas brasileiras em oito países. As 40 vinícolas que fazem parte da parceria exportaram US$ 1,2 milhão nos primeiros seis meses deste ano. Um aumento de mais de 40% que as do ano passado, que renderam US$ 853 mil. Para conquistar um mercado de concorrência acirrada, a estratégia é oferecer o que há de melhor em casa.

– A gente sabe que como é um novo produto, o Brasil ainda é uma página em branco. Estamos escrevendo a história do vinho brasileiro lá fora, então temos que tentar levar o que tem de melhor, mostrando os nossos melhores produtos, agregando valor, posicionando o vinho nos melhores pontos de venda e restaurantes. Em Londres entramos em cartas como Zuma, em alguns pontos de muita relevância – explica a gerente comercial do Wines Of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

A empresa que hoje é líder brasileira em exportações fica na serra gaúcha, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Só no primeiro semestre deste ano, 240 mil garrafas foram exportadas, o mesmo volume de todo o ano de 2010. A conquista de novos mercados aumentou em 85% as embarcações do grupo.

– A China nós iniciamos em janeiro deste ano, e já representa 14% das exportações da empresa. É o nosso terceiro país e estamos muito contentes com o resultado. Na Ásia nós exportamos também pro Japão, Singapura e Honkong – relata a gerente de relações internacionais, Morgana Miolo.

Em segundo lugar no roll de clientes da empresa, vem a Holanda que junto com o Reino Unido e a Alemanha representa 62% das exportações. O principal importador é a Inglaterra, que comercializa uma safra de vinhos produzida especialmente para os ingleses.

– A Inglaterra é um dos mercados mais competitivos, senão o mais competitivo do mundo. É um mercado que foi extremamente difícil de conseguirmos a primeira exportação. Temos bastante orgulho porque é o nosso principal mercado. Temos dois importadores na Inglaterra e fizemos a adaptação de produto para aquele mercado, como a adaptação de rótulo. Hoje por exemplo, um dos compradores vem pra cá, pra fazer os cortes dos vinhos com os enólogos e acreditamos que essa proximidade ajude bastante na venda – conta Morgana.

O vinho mais exportado é justamente o que é desenvolvido para o gosto dos ingleses. Todo esse prestígio no exterior é reflexo de muito investimento e dedicação. Mais do que conquistar mercados, o empenho é manter o produto nas prateleiras estrangeiras. Para isso, há um cuidado minucioso em cada etapa de elaboração das bebidas.

O engarrafamento é feito com máquinas modernas, importadas da Itália. Os rótulos e embalagens são colocados à mão. E em cada processo, as garrafas são revisadas. Antes de embarcar, os lotes são envolvidos em mantas térmicas para impedir que o clima altere as características do produto.

– Essas práticas já foram adotadas, são de conhecimento dos importadores e viraram praticamente regra. Pra ter grandes importadores hoje é necessário esse tipo de medida. Se você produzir um produto muito bom e não tiver esse cuidado no transporte, possivelmente esse produto não vai representar a qualidade que tem. Esse é um problema e a gente se preocupa muito com essa questão – explica o gerente de exportação, Fabiano Maciel.

fonte: Portal do Agronegocio

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