José Riva entra em rota de colisão com o Governo

10/08/2011 09:35

O descontentamento em função da falta de atendimento dos secretários e a alegação de ausência de diálogo com as três categorias em greve de servidores públicos estaduais pode resultar em rompimento entre o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP), e o governo estadual. O parlamentar admite a possibilidade de romper com o governo Silval Barbosa (PMDB).

Apesar de afirmar que não pensa no rompimento imediato com o Poder Executivo estadual, Riva afirma que a hipótese existe para o futuro. “Não vejo como fato de outro mundo um rompimento futuro, tenho que defender os interesses da sociedade e posso, sim, me afastar do governo estadual”, revelou o parlamentar. O parlamentar foi um dos políticos que apoiou a reeleição do peemedebista e defendia a governabilidade até pouco tempo.

Questionado sobre a mudança de postura nos últimos tempos, em que além de reclamar da falta de atendimento dos secretários estaduais, questionou a postura do governo estadual na escolha do modelo de transporte para a Copa do Mundo de 2014, o parlamentar disse que se a administração estadual faltar com o diálogo, se afastará da gestão.

“Se o governo estadual se tornar inflexível, o rompimento pode ocorrer, pois defendo o diálogo e o entendimento sempre. Mas independência não é ser oposição e existem assuntos que a Assembleia precisa se posicionar”, explicou.

CONFLITOS

Publicamente, a relação entre Riva e o governador começou a ficar estremecida em função do questionamento do comandante da Assembleia sobre o secretariado.

Riva defende mudanças, mas Silval não efetuará trocas imediatas para não parecer que foi em função da pressão dos parlamentares e para mostrar que quem manda no governo é ele. Por isso, as mudanças no primeiro escalão tendem a acontecer apenas nos próximos meses.

O segundo motivo de embate foi quanto ao modelo de transporte a ser implementado em Cuiabá e Várzea Grande.

Enquanto Riva defende com veemência o VLT, o governador concorda com a tese, mas argumenta que depende da liberação do governo federal para a alteração da matriz de responsabilidade do modal de transporte de BRT para VLT.

Já o estopim que resultou na rota de colisão foi a greve dos servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Polícia Judiciária Civil (PJC).

Como reflexo da crise entre os poderes, a Assembleia aprovou requerimentos de Riva pedindo informações sobre as ações das secretarias de Segurança Pública, de Justiça e Direitos Humanos, de Transportes e Pavimentação, de Saúde e de Comunicação.

Fonte: Folha do Estado

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