O Mundo está ao contrário e ninguém reparou

18/08/2011 13:36

Tive sorte de ter bons pais que me passaram valores que vivencio no meu dia a dia mas que por algum motivo as pessoas que convivo, em geral mais tempo no Rio de Janeiro e algum tempo em São Paulo, não valorizam, são eles: respeito, honestidade e responsabilidade. Existem outros valores que aprendi mas se nossa sociedade já seguisse os mesmos, acho que viveríamos melhor.

Entendo como respeito em um conceito mais amplo e para tentar passar o que estou falando vou citar alguns exemplos:

– Quando marcamos uma reunião ou encontro com alguém e chegamos atrasados estamos faltando com respeito a pessoa, pois estamos dizendo a ela o seu tempo é menos importante que o meu. A falta de respeito ao tempo, que é igual para todos, é semelhante quando você fura uma fila ou dirige sem responsabilidade ultrapassando os demais carros sem segurança.

– Outra falta de respeito que vejo que se tornou comum é a falta de fidelidade ao cônjuge ou companheira(o). O que vejo é uma desvalorização da vida a dois, onde quem não aceitar, por exemplo, freqüentar prostíbulos ou se envolver com uma pessoa mesmo estando comprometida com outra para não perder a oportunidade é taxada de otária.

A honestidade é outro valor que está se perdendo com o jeitinho brasileiro. Às vezes me parece que todos querem levar vantagem em tudo embora eu saiba que existam exceções. Faço questão de devolver dinheiro de troco dado a mais, mas tanto exijo quando o troco vem a menos, faço questão de trabalhar durante meu horário de expediente, pois sou pago para isso. Entendo que fazer corpo mole ou dizer que naquele dia você não está a fim ou com vontade de trabalhar é ser desonesto com seu empregador, com seu cliente e com seu colega de trabalho (nesse último caso também uma falta de respeito se você trabalha em um time, pois o seu não trabalha irá sobrecarregar o colega).

Ser responsável é pagar as contas em dia pois quem irá receber o dinheiro provavelmente lhe vendeu um bem material ou serviço contando com isso. Se você é empregador é responsável por pagar salários em dia também, se prometeu algo que não pode pagar você está sendo irresponsável ao extremo. Ser responsável é dirigir com segurança, é valorizar seus amigos, parentes e cônjuges (somos responsáveis por aquilo que cativamos – essa eu aprendi quando li o livro “O pequeno príncipe”), é fazer o seu melhor todos os dias seja no trabalho ou no dia a dia, é não faltar os compromissos ou pelo menos avisar que não poderá ir com antecedência (essa eu demorei a aprender, peço desculpas pela minha irresponsabilidade passada) e por fim é cuidar se nós mesmos. Acredito que ganhamos de uma força maior (que chamo de Deus, mas você pode chamar como quiser) a oportunidade de estarmos aqui e somos responsáveis por mantê-la. Isso significa que temos que cuidar de nossa alimentação, praticar exercícios e viver da melhor forma possível. Às vezes o conceito de responsabilidade se confunde com respeito.

O que me chateia é que esses valores estão invertidos, quando sou honesto sou taxado de otário, quando sou responsável sou taxado de certinho (alias o termo certinho que vem de ser certo, agir correto virou pejorativo), quando respeito os outros sou desrespeitado por aqueles que nunca faltei o respeito. Poderia agir da mesma forma para esse último caso, mas aí estaria sendo antiético. Ética alias é outro valor que aprendi, mas acho que ser ético é tão importante que vale um artigo só sobre ética.

Em fim, no meu em que convivo, o certo está se tornando errado, a malandragem está tomando conta da nossa rotina, a vida está cada vez mais selvagem e parece que ninguém está notando. Espero que meu artigo faça um ou outro refletir é nos comecemos uma revolução silenciosa pela valorização do certo (eu sou sonhador mesmo). Essa mudança de atitude depende de cada um.  Jogar papel na rua é errado. Não ensine isso ao seu filho. Não adianta apenas falar. Você não pode jogar lixo na rua. Nem sem ele olhar.

Por:João Gonçalves, sou gerente de suporte, trabalho com pessoas e TI a mais de 13 anos e me considero um livre pensador que sonha em um dia conseguir mudar o mundo.

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