A aventura dos espermatozóides!

24/08/2011 17:20

Ao contrário da menina, que já nasce com todos os óvulos (ovócitos) que irão amadurecer a partir da puberdade, os espermatozóides do garoto têm de ser criados constantemente. Eles são produzidos nos testículos pela ação da testosterona, hormônio masculino e, quando prontos, começam uma grande aventura: percorrer os 6 metros de comprimento do epidídimo, onde, durante duas semanas, nutrem-se e amadurecem; depois, seguem para outro confinamento, nos canais deferentes, para terminar de amadurecer e esperar pela ejaculação.
O processo completo de maturação do espermatozóide, desde o início, nos testículos, até a sua forma completamente madura, nos vasos deferentes, leva cerca de 74 dias. Se, em um mês, os espermatozóides não forem ejaculados, perdem a capacidade de fertilização. É por isso que, quanto menor for o intervalo de dias entre as ejaculações, maior é a fertilidade do homem.
O perfil dos espermatozóides
Os espermatozóides são formados por uma cabeça, que traz o pacote de genes do pai, e uma cauda, para “nadar”. No entanto, nem todos são iguais. Segundo o Dr. Dráuzio Varella, acredita-se que, em cada ejaculação, existam três grandes grupos de espermatozóides:
1-pelotão de elite: seleto grupo de nadadores imbatíveis na velocidade, devido à cauda longa e ágil, e capazes de armazenar a energia necessária para o percurso até o óvulo, em corpúsculos situados na cabeça comprida que possuem. São poucos: cerca de 1% dos milhões ejaculados, mas são os donos da festa!
2-bloqueadores: têm cabeça grande e cauda pequena. Nadam devagar; e sua função não é fecundar; mas bloquear a passagem dos que vêm atrás, sejam eles do mesmo macho ou de outro qualquer. Estes consistem cerca de 50% dos espermatozóides;
3-matadores: carregam enzimas tóxicas na cabeça e possuem antenas capazes de detectar e reconhecer os espermatozóides estranhos e destruir qualquer microorganismo que atrapalhe a festa – a fecundação.
A viagem até o óvulo
A vagina da mulher é um verdadeiro campo de batalha para os espermatozóides. Ela é um ambiente ácido, naturalmente preparada para tentar destruir qualquer invasor: uma bactéria, um vírus, um fungo, ou mesmo, um espermatozóide. É aí que está a maior importância dos espermatozóides matadores. Poucos conseguem sobreviver! E os sobreviventes ainda precisarão enfrentar mais desafios até chegar ao óvulo.
O colo do útero produz um muco espesso que tem a função de impedir a entrada de microorganismos no útero. Este muco praticamente bloqueia a passagem dos espermatozóides. No entanto, quando a garota está no período fértil, entre dois e três dias antes da ovulação e até 24 horas depois desta, o muco cervical sofre uma drástica alteração, tornando-se um verdadeiro aliado dos espermatozóides. O muco os aspira para dentro de suas estruturas (tipo canais), e os transporta para dentro do útero.
Já dentro do útero, os espermatozóides conseguem nadar com tranquilidade até as tubas uterinas para encontrar o óvulo. Todo esse processo tem uma duração entre 5 e 45mim, dependendo dos transtornos que eles tenham de enfrentar.
A festa esperada
O encontro entre os espermatozóides e o óvulo precisa acontecer dentro de 72h (a contar do momento em que foram ejaculados), caso contrário, eles não resistem e morrem. No entanto, se a ovulação ocorrer dentro deste tempo, os espermatozóides do pelotão de elite farão a festa e um deles, ao fecundar o óvulo, se tornará o único e verdadeiro dono da festa!
O espermatozóide vencedor pode ser de dois tipos, de acordo com o cromossomo que ele carrega: do tipo X ou do Y. Se ele for do tipo X, o bebê será uma menina, se for Y, a criança será um menino. Assim, é o homem quem determina o sexo dos bebês. Mas, não há nenhum controle sobre isso!

Por: Maria Helena Vilela

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