Violência – uma opção da sociedade

25/08/2011 12:52

No cenário perigoso e complexo em que se opera o combate à criminalidade, a Polícia de hoje já não age como antigamente. Critica-se muito a ‘ineficiência policial’, mas poucos se dão conta de que, atualmente, a polícia é mais vigiada do que o bandido. Mudança. Mudaram as leis, os costumes, a mentalidade, a cultura.
Ladrão, em outros tempos, apanhava. Preso em flagrante, tomava cacete no lombo. As mãos inchavam sob palmatória de sucupira. Hoje, a Polícia é obrigada a tratar ladrão com profundo respeito. Reverência, sob o olhar atento da turma dos direitos humanos. O marginal pode roubar, atirar, esfaquear, humilhar suas vítimas. Tudo normal. Para quem zela pelos direitos humanos, faz parte do jogo civilizado. Não faz se alguém acertar o bandido.
Mudança. Mudaram até o conceito de prisão. Antes, o presídio servia para o criminoso, uma vez condenado, fazer sua expiação. O sujeito era preso para pagar pelo que fez. Hoje, busca-se oferecer ao recluso um tratamento de hotel cinco estrelas. Comida boa, água potável, se possível de Vichy (França) sexo com regularidade. Quer dizer, para muitos, melhor que a própria casa.
Hoje, não existe mais preso, é reeducando. Educação, o facínora nunca teve, mas vai ser ‘reeducado’. Prisão virou ‘centro de ressocialização, como se bandido tivesse sido um dia sociável.
Nas ruas, se um policial acertar um assaltante, o mundo desaba sobre o próprio. Flagrado batendo num marginal, mesmo revidando uma agressão, cai nas garras dos direitos humanos. Se sair bala, dá processo pesado. Condenação, exclusão da Força, fim de carreira. O bandido agradece, e segue em frente, fazendo mais vítimas, assaltando, esfolando, matando.
O que está errado? Nada. É a opção da sociedade. É o novo modelo aprovado e aplaudido. A mudança se aprofundou tanto que, hoje, a sociedade – maior ‘vítima’ do crime organizado – é a mesma que alimenta o tráfico comprando e consumindo droga de puro refino e sofisticada química, ou seja, municiando os traficantes. Pois é. A plebe consome o quê? Isso. Maconha e crack. E a elite? Cocaína, LSD, ópio, haxixe. Fina estampa.
Não culpem a polícia, que é sacanagem.

Por:Romero vieira estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Barborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas.

Tags: