Medo de crise maior na Europa empurra dólar a R$1,65

05/09/2011 20:51

O dólar subiu pelo quarto dia consecutivo nesta segunda-feira, atingindo 1,65 real com o aumento da preocupação sobre a dívida na zona do euro.

A moeda norte-americana avançou 0,86 por cento, a 1,6505 real para venda. É a maior cotação de fechamento desde 29 de março, quando o dólar ficou a 1,654 real.

O feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos reduziu o volume de operações, com apenas 160 mil contratos negociados no principal vencimento futuro até as 17h, a uma hora do fechamento na BM&FBovespa. A média no ano é de 315 mil.

O feriado norte-americano também colocou o foco dos investidores nos problemas da dívida na zona do euro, provocando um novo surto de aversão a risco.

“O euro estava em 1,45 (dólar) na terça-feira, e agora está a 1,41 (dólar). Perdeu bastante valor”, disse o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, citando a falta de progresso nas negociações entre Grécia, União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) para o pagamento da próxima parcela da ajuda como um dos motivos.

Os outros pontos de tensão são Itália, onde o mercado desconfia cada vez mais da capacidade do governo de implementar as reformas fiscais, e a Alemanha, onde o partido da chanceler Angela Merkel demonstrou ter menor apoio popular ao perder votos em uma eleição regional no fim de semana.

A moeda brasileira também tem sido prejudicada pela reação do mercado à diminuição da taxa básica de juros do Brasil, de 12,50 por cento para 12 por cento ao ano, na semana passada. Na opinião da equipe de câmbio da Bronw Brothers Harriman, em relatório, o real deve continuar a ter um desempenho mais fraco que outras moedas emergentes nesta semana.

Para a economista da corretora Link, Marianna Costa, a rápida subida do dólar pode conduzir a moeda a 1,70 real nos próximos dias, mas esse patamar provavelmente será um limite. Segundo ela, a taxa de câmbio deve voltar a cerca de 1,60 real nos próximos meses.

Fonte:Reuters

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