Em ata, Copom indica nível de incerteza “muito acima do usual”

27/10/2011 09:48

O Comitê de Política Monetária (Copom) informou nesta quinta-feira, por meio da ata da última reunião realizada em 18 e 19 de outubro, que  nas últimas semanas, os índices de inflação chegaram a seu pico, que tendem a recuar neste trimestre. De acordo com o comitê,  uma ” moderação da expansão da demanda doméstica” está em curso, mas as perspectivas para atividade econômica ainda são positivas.

Sobre o ambiente externo, o documento ressaltou que o cenário econômico mundial “permanece de baixo dinamismo” e que trata-se de um “período de incerteza muito acima da usual”.  Apesar dos números positivos vindos da economia norte-americana, é a situação na zona do euro que traz mais preocupação ao Copom. Segundo o Comitê, as chances de que restrições a quais são expostas diversas economias maduras se prolongam por mais tempo.

O documento frisa que prevalece um cenário de “restrilões fiscais”. A avaliação é de que o ritmo das atividades conômicas em importantes economias emergentes tem sido moderado, como o visto no crescimento da China neste trimestre,  e que o ambiente internacional apresenta um “viés desinflácionário”. Por isso, o BC indica que o processo de moderação da economia tende a ser potencializado pela fragilidade da economia global.

Inflação

De acordo com o Comitê, a “taxa de inflação se posiciona em torno da meta em 2012”. Segundo o documento, o IPCA registrou elevação de 4,97% ante 3,6% em igual período de 2010. E nos doze meses finalizados em setembro, acumulou alta de 7,31%, ante 7,23% em agosto. O resultado mensal do IPCA foi impulsionado pela aceleração dos preços monitorados, que subiram 0,62%, ante 0,03% em agosto, com ênfase na elevação de 23,40% nos preços das passagens aéreas, após queda de 5,95% no mês anterior. Os preços livres aumentaram 0,49% em setembro, ante 0,51% em agosto, desaceleração decorrente da alta de 0,52% nos preços dos bens comercializáveis, comparativamente à variação de 0,55% em agosto, uma vez que o aumento dos preços dos bens não comercializáveis em setembro, de 0,47%, repetiu o resultado de agosto.

Selic

Na último dia 19, o Copom diminuiu, por unanimidade em 0,5% a taxa Selic, que agora bate os 11,5% ao ano. Para os analistas, esse movimento de redução da taxa de juros pode ser seguido por novas quedas até o início de 2012. Essa decisão, segundo os especialistas, deverá ser adotada se o Banco Central detectar um recuo mais expressivo no ritmo da atividade econômica, sinalizado por exemplo pelas recentes divulgações do IBC-Br, um indicador antecedente do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB).

No documento, o Copom explicou a queda da Selic como uma continuação dos ajustes das condições monetárias.

Crédito

Por mais que a demanda doéstica ainda esteja robusta, o Comitê afirma que ainda são favoráveis as perspectivas para a atividade econômica. O BC indica que a expansão da oferta de créditoa irá persistir, tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas. O Comitê entende, adicionalmente, que a atividade doméstica continuará a ser favorecida pelas transferências públicas, bem como pelo vigor do mercado de trabalho que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários, apesar de certa acomodação na margem.

Fonte:IG

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