Comunidade internacional dá ultimato a Assad nesta sexta

24/02/2012 08:01

A comunidade internacional se prepara para dar, nesta sexta-feira, um ultimato ao ditador sírio Bashar Assad. Em uma conferência que reúne representantes de mais de 50 países na Tunísia, governos de países árabes, da Europa e dos Estados Unidos pretendem desafiar o regime de Assad a permitir a chegada de ajuda humanitária às regiões mais afetadas pelos bombardeiros de forças do governo nas últimas semanas. Ativistas internacionais calculam que 90 pessoas tenham morrido apenas na quinta-feira.

Rússia e China, países que vetaram a resolução contra Assad no Conselho de Segurança da ONU, se negaram à integrar a conferência desta sexta, batizada de “Amigos da Síria”. Os países que participam do encontro têm como objetivo dirigir uma clara mensagem ao governo sírio para que interrompa a matança de civis, além de convocar a unificação da oposição ao regime e pedir a criação de uma “zona protegida” no país árabe.

O Conselho Nacional Sírio (CNS) e outros componentes da oposição também foram convocados para a reunião, organizada pela Liga Árabe. Além dos Estados Unidos, participarão do encontro representantes da Grã-Bretanha e Turquia. Ao final da conferência, será assinada uma declaração em que as nações pedem o imediato cessar-fogo na Síria e a permissão da chegada de ajuda humanitária aos civis, sob o risco de novas sanções caso os pedidos sejam ignorados.

Segundo diplomatas americanos ouvidos pela agência de notícias Associated Press, o documento apresentado nesta sexta provocará ao regime de Assad a “obrigação moral” de acabar com os ataques a civis.

Nações Unidas – A Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou seu ex-secretário-geral Kofi Annan para o posto de emissário especial para a crise da Síria com o objetivo de deter o massacre de civis.
“Annan será enviado conjunto da Liga Árabe e da ONU para utilizar sua boa experiência para colocar fim a qualquer violência e às violações aos direitos humanos, assim como promover uma solução pacífica para a crise da Síria”, disse um comunicado emitido pelas duas entidades.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e seu colega da Liga, Nabil el-Arabi, disse que estavam agradecidos por Annan ter aceitado esta importante missão em um momento crítico para o povo da Síria. Um assessor da região árabe será nomeado em breve, disse a nota.
Mais de 7.500 pessoas foram mortas em 11 meses de protestos contra o regime de Bashar Assad na Síria. Registra-se uma crescente pressão internacional para colocar fim à violenta repressão contra as manifestações opositoras.

Fonte:Veja

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