18/04/2012 11:06
A empresa Macrologística, consultoria especializada em projetos no ramo de infraestrutura e logística, realizou um estudo baseado nas principais cadeias produtivas dos estados que compõem a Amazônia Legal e o fluxo de transporte de cargas destes produtos. O projeto, denominado de “Norte Competitivo”, foi apresentado à lideranças do Agronegócio de Mato Grosso e vai auxiliar o setor produtivo a elencar as prioridades.
Para o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, o estudo ajudou a decidir quais são as prioridades. “Esse projeto pode nortear tanto nós, empresários, como também o governo sobre quais são as obras importantes e onde devem ser feitos os investimentos na região”, explicou.
De acordo com Renato Pavan, diretor-presidente da Macrologística, há 10 anos o Agronegócio vem pleiteando uma série de obras para reduzir os custos com transporte. “Houve uma inversão na ordem dos fatores. A iniciativa privada decidiu fazer o trabalho e apresentar ao governo federal. O Agronegócio vem pleiteando uma série de obras para diminuir o custo do transporte há anos, mas até agora os problemas não foram resolvidos. Então, decidimos fazer o projeto para apontar o que deve ser feito em ferrovias, hidrovias e rodovias”, disse.
Agora, a expectativa é que os noves estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) unam forças políticas para que o projeto siga em frente. Segundo Pavan, as melhorias custariam R$ 14 bilhões (R$ 5 bilhões viriam da iniciativa privada e R$ 9 bilhões, do governo federal).
O presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, destacou que encontrar alternativas para melhorar a logística do estado é uma das prioridades da entidade. “A produção de soja em Mato Grosso vem batendo seguidos recordes e ajudando a manter positiva a balança comercial brasileira, bem como a geração de empregos em Mato Grosso, porém esbarra na falta de infraestrutura, o que reduz a competitividade dos produtores mato-grossenses. O estado vai se consolidar como o maior produtor brasileiro e até mundial, mas isso poderia ocorrer de forma mais eficiente se tivemos mais ferrovias, hidrovias, e uma malha viária melhor, com mais alternativas. Saindo da dependência dos portos do Sul”.
O consultor Paulo Rabelo de Castro acredita que é preciso burlar a ineficiência governamental para efetivamente pôr em prática o que está no projeto. “As propostas que estão sendo feitas cabem no orçamento público, o problema não é a falta de dinheiro. Há uma ineficiência política de comunicar a urgência destas obras para a sociedade e para os políticos. Além disso, há a ineficiência dos políticos em Brasília que não conseguem decidir o que fazer, e quando decidem, não implementam”, afirmou.
Fonte:portaldoagronegócio