Hollande termina como favorito, mas Sarkozy se aproxima

05/05/2012 14:11

O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, terminou nesta sexta-feira a campanha para o segundo turno das eleições deste domingo como favorito, embora as últimas pesquisas indiquem que a distância para o presidente francês, Nicolas Sarkozy, tenha caído.

O conservador Sarkozy insistiu nas horas anteriores ao final da campanha oficial, à meia-noite desta sexta-feira (horário local), que o destino da chefia de Governo será decidido no dia 6 “no fio da navalha”, em alusão à margem que separa ambos nas intenções de voto refletida nas últimas pesquisas.

A pesquisa publicada pela revista “Paris Match” mantém Hollande, na frente, que no primeiro turno do dia 22 de abril alcançou 28,63% dos votos contra 27,18% de Sarkozy.

Essa pesquisa dá a Hollande um respaldo de 52%, contra 48% do presidente francês.

Esses quatro pontos de diferença representam a menor distância que essa pesquisa diária dá ao candidato conservador, embora tenha sido feita antes do debate na televisão de quarta-feira passada e do anúncio do político de centro François Bayrou, antigo aliado de Sarkozy, que votará no socialista.

Outras quatro pesquisas publicadas nesta sexta também confirmaram a vantagem do socialista, embora com Sarzkoy depois dele numa distância menor que nas precedentes: Hollande conseguiria 53,5% no melhor dos casos e o conservador 47,5% também em seu melhor resultado.

Por isso, Hollande quis se apresentar em sua última fala na televisão, no “Canal Plus”, e menos de cinco horas antes do fechamento da campanha, como “preocupado” com essa preferência que as pesquisas lhe dão.

“Preocupam-me em ambos os casos: se são ruins e se são bons. Portanto só tenho um apelo: votem em mim”, resumiu.

Por sua vez, Sarkozy assegurou em outra rede de televisão e na mesma hora, que “cada voto vai contar” para derrotar seu rival.

“As pesquisas não são o que conta, mas o que os franceses vão decidir”, ressaltou Sarkozy.

“Há uma diferença entre François Hollande e eu, e é que ele não tem o peso do país sobre suas costas. Vocês acreditam que eu, como presidente da República, do G20, do G8, poderia colocar a França em campanha eleitoral durante um ano? Era absolutamente impossível. Tenho um dever de Estado”, disse Sarkozy quando foi perguntado pelo tempo que usou para campanha.

Hollande assegurou em suas últimas mensagens ao eleitorado que não fez nenhum trato com o político de centro Bayrou sobre o inesperado apoio que este lhe deu.

“Não falei com ele”, declarou Hollande, assegurando que não houve negociações sobre a constituição de alianças, em resposta às conjeturas sobre um possível acordo entre os dois políticos que circulam na imprensa francesa, desde que a opção do líder do MoDem, derrotado no primeiro turno, foi tomada.

Em relação ao desafio de governar a França, Hollande assegurou que a esquerda “sabe governar e o demonstrou” e disse que, do ponto de vista moral, “o povo pede mais pela esquerda do que pela direita”.

Esta humildade de enunciados não impediu que Hollande fizesse um apelo aos franceses para que no domingo deem a ele um voto de confiança, o que denominou de “vitória ampla”.

“Desejo uma maioria ampla. Digo aos franceses que se devem fazer uma escolha que o façam maciçamente, que deem ao vencedor todas as capacidades e meios de atuar. Que não deem uma vitória apertada ao ganhador”, assegurou na rádio “RTL”.

Hollande se mostrou confiante nessa vitória, ao assinalar que não decidiu o nome do primeiro-ministro que nomeará se vencer, e disse que espera conhecer “o tamanho da vitória” para se decidir.

Sarkozy, por sua vez, lançou mão de sua agenda como chefe de Governo durante cinco anos e, por meio das redes sociais, divulgou as mensagens que lhe enviaram em seu apoio líderes internacionais como a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ou o presidente americano, Barack Obama.

O presidente francês, mais uma vez, advertiu aos eleitores que, se escolherem Hollande, o futuro que lhes espera é “à espanhola”, ou seja, um país com as dificuldades econômicas do país vizinho como consequência de Governos socialistas.

Fonte:Exame

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