Mercado mantém expectativa de taxa básica de juros a 8,5%

28/05/2012 10:49

Em meio à fraqueza da atividade no Brasil e das tentativas do governo para estimular a economia, o mercado bateu o martelo de que o BC (Banco Central) reduzirá a Selic em 0,50 ponto percentual na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), na próxima quarta-feira (30), segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (28).

Com isso, a taxa básica de juros será reduzida dos atuais 9% ao ano para 8,50%, atingindo o menor nível histórico.

Pesquisa realizada pela reportagem mostrou que 38 de 41 economistas esperam um corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião. Dois preveem um corte de 0,75 ponto e um espera redução de 0,25 ponto.

O relatório Focus mostrou ainda que o mercado manteve a previsão de que a que a taxa básica de juros do país encerrará 2012 a 8% ao ano. Para 2013, a expectativa também foi mantida em 9,5% por cento.

A economia brasileira vem mostrando dificuldades em apresentar sinais consistentes de crescimento, mesmo diante das recentes medidas do governo de estímulo fiscal e monetário. A piora da crise da dívida na Europa dificulta ainda mais o processo pois pesa sobre as decisões de investimentos.

Analistas, entretanto, avaliam que o ritmo do corte de juros deverá ser reduzido, apostando que o BC se manterá fiel à mensagem dada na última reunião, de que futuras decisões seriam tomadas com “parcimônia”.

O próprio governo já reconheceu que a economia brasileira não começou bem este ano. Dados do Banco Central mostraram que o Brasil entrou 2012 desacelerando, prejudicado principalmente pela dificuldade da indústria em lidar com a fraca demanda global.

Assim, o governo mantém em aberto o caminho para mais reduções na Selic, uma vez que a flexibilização da política monetária é uma das armas usadas para estimular o crescimento.

Mas, embora a projeção oficial ainda seja de uma expansão da economia na casa de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, já há avaliações de que ela ficará mais perto de 3,2%.

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que a projeção de 4,5% não deverá ser atingida. Diante disso, o governo anunciou mais medidas de estímulo à economia.

Inflação

Apesar desse cenário e a da alta do dólar, a equipe econômica mantém a postura de que será possível levar a inflação para o centro da meta neste ano, de 4,5% pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No relatório Focus, as estimativas apontam que o IPCA fechará este ano a 5,17%, frente aos 5,21% vistos no relatório da semana passada. Para 2013 a expectativa foi mantida em 5,60 por cento.

Por enquanto, a inflação vem dando sinais de que caminha para o centro da meta do governo. O IPCA-15 — considerado uma prévia da inflação oficial — registrou alta de 0,51% em maio, abaixo do esperado pelo mercado.

Ainda segundo o Focus, a projeção é de que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá 2,99% em 2012 , ante 3,09% no relatório da semana passada. Para 2013, a expectativa é de expansão do PIB de 4,50%, inalterado ante o relatório anterior.

Na próxima sexta-feira (1º), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o resultado do PIB do primeiro trimestre e as expectativas são de que mostrará uma economia ainda patinando.

Já a taxa de câmbio prevista pelo mercado, segundo o Focus, para o fim de 2012 é de dólar a R$1,90, ante R$ 1,85 na semana passada.

Fonte:R7

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