08/01/2016 15:35
Novas turbulências na economia chinesa e a bolsa de ações brasileiras voltou a cair, encerrando com um dos menores índices dos últimos 7 anos
Em um dia novamente marcado por turbulências na economia chinesa, a bolsa brasileira voltou a cair e encerrou o dia com seu menor nível de fechamento desde o auge da crise nos Estados Unidos. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o dia em queda de 2,58%, aos 40.694 pontos e com um volume negociado de R$ 6,043 bilhões.
As preocupações com a China voltaram a dominar o dia. Apesar da decisão do Banco Central da China de desvalorizar o yuan para o menor nível desde 2011, a Bolsa de Valores de Xangai caiu mais de 7% e teve as negociações suspensas nos primeiros minutos de sessão. O mercado financeiro chinês tem enfrentado fortes instabilidades depois da divulgação de números que confirmam a desaceleração da segunda maior economia do planeta.
A redução do crescimento da China tem fortes efeitos sobre países exportadores de commodities (bens primários com cotação internacional), como o Brasil. Isso porque o país asiático é grande consumidor de matérias-primas como ferro e petróleo e de produtos agrícolas como soja.
A desaceleração se reflete em queda nos preços das commodities. Com exportações mais baratas, menos dólares entram na economia brasileira, empurrando para cima a cotação da moeda norte-americana.
Em termos acionários, a queda do Ibovespa foi puxada pelo desempenho negativo da maioria das empresas que compõem o Ibovespa. Das 61 empresas listadas no índice, apenas cinco fecharam em alta. As ações ordinárias da mineradora Vale (VALE3) caíram 5,95%, a R$ 10,91. As preferenciais (VALE5)perderam 5,90%, a R$ 8,61. Os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) recuaram 2,85%, a R$ 7,83, enquanto os preferenciais (PETR4) se desvalorizaram 2,19%, a R$ 6,26. No setor bancário, o Banco do Brasil (BBAS3) teve baixa de 2,38%, a R$ 13,95, o Bradesco (BBDC4) caiu 2,02%, a R$ 18,40, e o Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com queda de 1,90%, a R$ 24,76.
No câmbio, a moeda norte-americana fechou no maior valor em três meses. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a encerrar no menor valor em quase sete anos. A cotação subiu R$ 0,031 (0,77%) e fechou a sessão vendido a R$ 4,052. A cotação está no maior valor desde 29 de setembro (R$ 4,059).
Segundo informações da Agência Brasil, a cotação do dólar operou em alta durante toda a sessão, mas enfrentou momentos de forte volatilidade. Pela manhã, a cotação disparou, chegando a R$ 4,063 na máxima do dia, por volta das 10h30. No início da tarde, a moeda desacelerou, chegando a ficar próxima da estabilidade por volta das 14h, mas voltou a subir nas horas finais de negociação. A divisa acumula alta de 2,64% em 2016.
No Brasil, investidores continuavam buscando pistas sobre os planos a serem adotados pelo governo para lidar com a crise econômica. Muitos operadores entenderam a substituição de Nelson Barbosa por Joaquim Levy no ministério da Fazenda como um sinal de que o ajuste das contas públicas não deverá ser tão rígido. O acompanhamento dos dados na China também afetou as operações no câmbio.
Além disso, o Banco Central realizou um novo leilão de rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, o BC já rolou o equivalente a US$ 2,263 bilhão, ou cerca de 22% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
Para sexta-feira, os agentes aguardam a publicação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), o Índice de Preços ao Produtor e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) referente a dezembro e o total fechado em 2015. No exterior, foco para produção industrial, balança comercial e os dados de conta corrente na Alemanha; balança comercial do Reino Unido; a taxa de desemprego, estoques no atacado e os dados de crédito ao consumidor nos Estados Unidos, além dos índices de preços ao consumidor e ao produtor na China.
Da Redação com informações da Reuters e Agência Brasil