Mercado Financeiro

24/02/2016 10:13

As perspectivas do Mercado Financeiro sobre o cenário externo, commodities e política dividem atenção. Índice doméstico cai seguindo exterior e commodities.

Após uma sessão de correção técnica, os investidores devem operar de olho no cenário internacional, principalmente no desempenho dos preços das commodities – que vem ditando o ritmo das bolsas internacionais e do Ibovespa em muitos pregões -, e no ambiente político, que deve contar com o desdobramento da 23ª fase da Operação Lava Jato, também conhecida como Operação Acarajé, que determinou a prisão do marqueteiro político do PT, João Santana.

De acordo com Paulo Gomes, economista da Azimut Brasil Wealth Management, a ausência de indicadores muito relevantes no ambiente doméstico faz com que as atenções se concentrem no exterior.

“Se não fosse pelas novidades da política, os investidores ficariam de olho no cenário externo. Além de ser um dia quente no Congresso, a prisão de Santana deve trazer um tempero novo ao comportamento do investidor”, explica Gomes.

Além de acompanhar de perto os movimentos da cotação de petróleo e de minério de ferro nos mercados internacionais, os agentes locais vão assimilar a publicação do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços e composto dos Estados Unidos na quarta-feira (24), às 11h45 (horário de Brasília). Já o indicador que mede as vendas de novas moradias sairá às 12h.

“Ainda que os indicadores tenham sua relevância, o petróleo e o minério de ferro continuarão ditando o comportamento dos investidores em torno do globo”, afirma o economista.

Da cena corporativa, a Weg divulgará seus números trimestrais antes da abertura do Ibovespa, enquanto Telefônica Brasil e SulAmérica publicarão seus balanços após o fechamento dos negócios.

Sobre o dólar, Gomes destacou que “diante de oscilações mais acentuadas, a imprevisibilidade vem tomando conta da tendência da divisa norte-americana”.

Ibovespa e câmbio

O principal índice da Bovespa fechou em queda, com o quadro externo negativo induzindo realização de lucros após fortes altas nos últimos pregões. O quadro político doméstico voltou a pesar sobre os ativos. O Ibovespa caiu 1,65%, a 42.520 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 5,2 bilhões.

O dólar fechou em leve alta frente ao real, após acumular queda de 2,5% nas últimas duas sessões, refletindo a volatilidade nos preços do petróleo e em meio a incertezas políticas e econômicas no Brasil. A moeda norte-americana avançou 0,32%, a R$ 3,9627 na venda. O dólar chegou a R$ 3,9818 na máxima da sessão, mas reduziu os ganhos durante a tarde, reagindo a um fluxo de entrada de recursos estrangeiros, segundo operadores.

 

Por Marcelo Ribeiro em O Financista