Temer sai da inércia e fala à jornais estrangeiros sobre impeachment

22/04/2016 11:32

“Passei quatro anos sendo absolutamente condenado ao ostracismo”, diz Temer ao NYT. Temer sai da inércia e parte para o combate contra o discurso de Dilma que o impeachment é golpe.

O vice-presidente Michel Temer saiu de uma inércia ao qual ele já deveria ter se posicionado frente à mídia internacional a muito tempo. Enquanto Dilma e o governo disseminam para os quatro cantos do mundo que o país está sofrendo um golpe, temer aguardava os desfechos da Câmara.

Mas, antes tarde do que nunca, pois as manchetes dos principais jornais do mundo nos últimos dias tem sido um repúdio ao que o atual governo enfrenta pela oposição. Logo, Temer que lidera a oposição, já deveria ter se manifestado para que não houvesse as repercussões já alcançadas com as falas de Dilma e do governo.

Temer por fim, concedeu entrevista ao jornal norte-americano “The New York Times”. Ele declarou que foi tratado de forma terrível pela presidente durante seu tempo no governo. “Passei quatro anos sendo absolutamente condenado ao ostracismo. Nós não éramos amigos, porque ela não se considerava minha amiga.”

A entrevista foi uma das que Temer concedeu a importantes como o “The Wall Street Journal” e “Financial Times”. O vice se antecipou a presidente Dilma Rousseff, que pode usar seus cinco minutos de discurso na ONU (Organização das Nações Unidas), por ocasião da cerimônia de assinatura do acordo de Paris sobre o clima, para se defender do impeachment e classificar o processo como golpe.

“Eu não quero que pareça que estou conspirando para assumir”, disse Temer. O vice aproveitou para se defender do seu suposto envolvimento no esquema de propinas da Petrobras e negou que caso assuma a presidência vai prejudicar as investigações da operação Lava Jato.

“Estou muito preocupado com a intenção da presidente de dizer que o Brasil é uma República de menor importância onde há golpes”, disse em entrevista por telefone de 30 minutos. “É preciso dar luz à esperança de novo”, disse Temer.

 

Da Redação com informações de João Pedro Petrini em O Financista