23/05/2016 13:32
Juros futuros subiram com pessimismo externo e incertezas políticas. Mesmo após justificativas de Jucá sobre gravações, commodities seguem em queda
O mercado de juros futuros opera em forte alta nesta segunda-feira (23) reagindo ao pessimismo do mercado internacional e às incertezas vindas de Brasília após vazamento de gravação do ministro do Planejamento, Romero Jucá.
Em um dos trechos da conversa divulgados pela Folha de S.Paulo, Jucá diz ao interlocutor: “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, em resposta à preocupação expressada por Machado de que sua investigação na Lava Jato saísse do STF (Supremo Tribunal Federal) e fosse parar nas mãos do juiz Sérgio Moro.
Em entrevista coletiva, o ministro afirmou que sempre apoiou com atos a Operação Lava Jato, que considera a investigação uma mudança positiva para a política brasileira e que nunca tentou interferir no processo de investigações.
Jucá declarou ainda que não tem medo de ser investigado na Lava Jato e que seguirá à frente do Ministério do Planejamento. Após a publicação da reportagem, houve rumores de que Jucá seria afastado ou pediria licença do cargo.
Pesa ainda contra a gestão Temer a decisão de recriar o Ministério da Cultura após pressão popular e de artistas. Segundo a LCA Consultores, o recuo pode aumentar a incerteza dos mercados quanto à capacidade política do presidente interino para adotar as medidas necessárias de correção das contas públicas.
Na cena internacional, a aversão ao risco é ampliada pela queda nos preços do petróleo e do minério de ferro.
Neste contexto, a taxa de juros negociada na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) com vencimento em janeiro de 2017 tinha alta de 13,67% para 13,72%. O contrato do juro para janeiro de 2018 avançava de 12,76% para 12,81% e a taxa para janeiro de 2019 subia de 12,47% para 12,61%.
Da Redação com informações de Weruska Goeking